sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Hoje começa a segunda série de Lipstick Jungle na RTP2. Cansada depois de uma semana de trabalho stressante e numa noite que se prevê fria, só me apetece ficar em casa a ver uma boa série.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Paris, je t'aime


A primeira vez que fui a Paris tinha apenas 21 aninhos. Eu, a minha irmã e mais duas amigas fomos à aventura pela primeira vez sozinhas para fora do país. Ficámos numa Pousada da Juventude onde dormimos em beliches e tinhamos que nos tapar com as toalhas de banho porque não havia cobertores para todos os hóspedes!!! Mas com 21 anos essas coisas até servem como tema de risota noite adentro e não nos impediram de aproveitar ao máximo a estadia. Foram só 5 diazinhos, mas a paixão pela cidade foi imediata.


Claro que tinha que voltar e já com 28 anos regressei à cidade luz. Desta vez foi em grande, onze dias em casa de pessoas amigas. Vi tudo o que havia para ver, calcorreei a cidade de lés a lés e voltei aos lugares que me tinham fascinado da primeira vez, especialmente o Jardin du Luxembourg que é um jardim fabuloso onde apetece estar tardes inteiras. Também adorei subir às torres da Catedral de Notre Dame, e admirar, juntamente com as gárgulas, a melhor vista de cidade... Paris, je t'aime.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A fútil e a rata de biblioteca

As pessoas adoram esteriótipos. Adoram generalizar. É tão fácil pôr etiquetas nos outros, encaixá-los nesta ou naquela gaveta. As mulheres que gostam de ler são umas chatas que usam óculos tipo fundo de garrafa. As mulheres que gostam da série Sexo e a Cidade são umas fúteis, cabecinhas ocas, que não conseguem pensar em mais nada a não ser em roupas e sapatos. Eu acho que isso só revela uma visão muito redutora do mundo e sobretudo das mulheres!

Mas porque é que uma mulher não pode gostar de literatura e de sapatos ao mesmo tempo? E porque é que uma mulher que gosta de seguir as aventuras da Carrie Bradshaw tem que ser obrigatoriamente fútil? Desde quando é que uma mulher culta não pode ser elegante? Ai que cabecinhas tão estreitas...


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Bones

A única série de temática criminal que eu ainda sigo é Ossos. Perdi a pachorra para todas as outras. Fartei-me de tanto crime, tanto serial killer. Cruzes!!!
Ossos é especial, adoro a dupla formada pela cientista céptica e o investigador todo ele sentimento. A relação deles é giríssima. Ao conflito intelectual opõe-se a confiança profissional e claro a óbvia atracção que sentem um pelo outro. Long live Agent Booth e Dr. Brennan.

Um gato pouco fedorento

Neste Domingo vi pela primeira vez o novo programa dos Gato Fedorento na SIC, o Zé Carlos. Como sempre, estava com grandes expectativas porque sempre gostei dos Gatos, mas para tristeza minha não achei piadinha nenhuma a nada. Achei a coisa tão fraca. Ai que desilusão! Agora valem-me Os Contemporâneos que estão cada vez melhores.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Butterfly

Encontrei uma borboleta no chão. Fora do seu elemento. Afastada da sua vocação: voar bem alto, trazer alegria com o seu brilho, com a sua cor, com o seu movimento.
Encontrei uma borboleta no chão. E senti-me um pouco como ela.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Le Clézio e Frida

Auto-Retrato, Frida Kahlo
Andei nos últimos tempos convencida de que desconhecia completamente a obra do Nobel da Literatura deste ano. Para além dum conto que li na faculdade e do qual já nem sequer me lembro do nome (podia ir ver mas estou com preguiça!), estava convencida que nunca tinha lido nada de Le Clézio. Mas enganei-me. Li um livro e por acaso até gostei muito, retrata a vida de Diego Rivera e Frida Kahlo e chama-se simplesmente Diego & Frida. É uma biografia muito bem escrita e interessante. A vida destes dois foi digna de livro, filme, tudo e mais alguma coisa: é fascinante e perturbadora ao mesmo tempo e o livro espelha isso muito bem.
O "problema" é que o livro em questão não é muito representativo da obra do autor, porque é uma biografia. Ou seja, fico na mesma, não conheço a obra de Le Clézio. Mas também não estou muito preocupada com isso. Há muitos Nobel que eu não li e não me sinto diminuída por isso. O Nobel é uma garantia de qualidade mas não me garante a mim que eu goste da obra.
Mas uma coisa Le Clézio fez por mim, fez-me ter um certo fascínio por essa criatura estranha e talentosa que foi Frida Kahlo.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Colin, és como o Vinho do Porto!

"Apaixonei-me" por ele quando o vi pela primeira vez na pele de Mr. Darcy, na adaptação da BBC de Orgulho e Preconceito. Desde então a "paixão" ainda não esmoreceu. Sou só eu que acho que ele está cada vez mais charmoso?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Vive la Fête du Cinéma Français

Este mês decorre por todo o país a Festa do Cinema Francês, mas aqui em Lisboa acabou neste fim-de-semana. Como todos os anos, lá fui eu ao meu cinema preferido de Lisboa, o São Jorge, ver um filme do qual nunca tinha ouvido falar, mas que acabei por adorar. "Survivre avec les loups" foi um filme que me emocionou e que, para variar, me fez chorar. Muito. Um filme sobre uma menina que é a própria força, a própria coragem personalizadas num frágil corpo de 8 anos.
A acção decorre durante a 2ª Guerra Mundial e tem início em Bruxelas. Misha, vive com os pais, judeus, até ao dia em que estes são deportados. A família que a recolhe acaba por querer desfazer-se dela e ela foge com a intenção de procurar os pais que ela sabe terem sido levados para Este. Com a ajuda de uma bússola percorre a pé a Bélgica, a Alemanha e a Polónia. Todos com quem se cruza a tratam mal, à excepção de uma loba que a acolhe e a deixa entrar na sua família...
Como não sou crítica de cinema, e também não consigo dizer aquilo que queria sobre este filme, deixo aqui o que alguns críticos escreveram: "Odyssée fabuleuse, conte de fées, acte de foi et page d´histoire, "Survivre avec les loups" est tout cela à la fois. Un film sur l'Holocauste mais qui s'attarde d'abord sur l'énergie de vie et l'alchimie des rencontres. Un film sur l'impossible, mais où la volonté triomphe"- TéléCinéObs

"(...) à la fois épopée, tragédie, comédie, leçon de sagesse et des choses, traité d'éducation qui renvoie tranquillement aux origines premières, à Romulus, à Remus, à Mowgli, à la naissance des mythes et à la source du courage(...)"- Le Nouvel Observateur

domingo, 12 de outubro de 2008

Cisnes Selvagens

Este livro narra a história de três gerações de uma família chinesa ao longo do século XX. A autora conta a história da sua família centrando a narrativa na vida de três mulheres: a sua avó, a sua mãe e ela própria. As experiências de cada um destes três cisnes selvagens vão formando também um retrato da China. Jung Chang dá-nos assim a sua visão do conturbado século XX chinês, desde os anos de guerra civil que se seguiram ao fim do império, passando pelas várias fases das conturbadas políticas de Mao, até à tomada de poder de Deng Xiaoping, após a morte de Mao. A vida da avó enquanto jovem mostra-nos a teia complexa de inúmeras tradições seculares da qual era difícil escapar. A vida da mãe mostra-nos a apaixonada aderência dos jovens ao movimento comunista que prometia liberdade e igualdade e a posterior caça às bruxas da qual foram vítimas. Através da vida da filha ficamos a conhecer o culto da figura de Mao e a posterior queda por terra do mito.
Deixo-vos aqui um pouquinho da vida de cada uma delas.

Yu-fang, a avó:


"Com quinze anos de idade, a minha avó tornou-se concubina de um caudilho militar, o general chefe da polícia de um vago governo nacional chinês. Corria o ano de 1924 e a China estava mergulhada no caos. (...) A ligação tinha sido combinada pelo pai, um obscuro funcionário da polícia na cidade provincial de Yixian. (...) O meu bisavô não era suficientemente rico para comprar uma posição lucrativa numa grande cidade, mas tinha planos. E tinha um bem valioso: uma filha. A minha avó era uma beldade. Tinha um rosto de forma oval, com faces rosadas e pele sedosa. O seu grande valor residia, porém, nos pés enfaixados, chamados em chinês "lírios dourados com oito centímetros". (...) Tinha a minha avó dois anos quando lhe enfaixaram os pés. (...)O processo demorava anos. Mesmo depois de os ossos terem sido partidos, os pés tinham de continuar enfaixados, dia e noite, em tiras de pano, pois no momento em que fossem libertados, tentariam recuperar. Durante anos, a minha avó viveu cheia de dores terríveis e constantes. Quando suplicava à mãe que lhe tirasse as faixas, ela chorava e dizia-lhe que isso arruinaria toda a sua vida futura, e que fazia aquilo para felicidade dela. Naqueles tempos, quando uma mulher casava, a primeira coisa que a família do noivo fazia era examinar-lhe os pés. Uns pés grandes, ou seja, uns pés normais, traziam vergonha para a casa do marido. (...)"

"Esperava-se que um homem como o general Xue tivesse concubinas. As esposas não serviam para dar prazer; esse era o papel das concubinas. Embora estas pudessem por vezes adquirir um poder muito considerável, o seu estatuto era muito diferente do da esposa. A concubina era uma espécie de amante institucionalizada, que se tomava e punha de lado a bel-prazer.
A primeira vez que a minha avó soube da sua iminente mudança de situação foi quando a mãe lhe comunicou a notícia, poucos dias antes do acontecimento. Yu-fang inclinou a cabeça e chorou. Detestava a ideia de ser concubina, mas o pai tinha tomado uma decisão, e era impossível opor-se aos seus desejos. Discutir uma decisão paterna era considerado "impróprio de um filho", e fazer qualquer coisa imprópria de um filho equivalia praticamente a traição."

De-hong, a mãe:


"Havia já algum tempo que a minha mãe andava a voltar-se cada vez mais contra o Kuomintag. A única alternativa que conhecia era os comunistas, e sentira-se especialmente atraída pelas suas promessas de pôr fim às injustiças a que as mulheres estavam sujeitas. Até à altura, com quinze anos de idade, não sentira ainda a necessidade de empenhar-se definitivamente. A notícia da morte do primo Hu ajudou-a a decidir-se. Ia juntar-se aos comunistas."


"Depois de, com toda a franqueza, terem contado um ao outro as suas vidas passadas, o meu pai disse que ía escrever ao Comité do Partido pedindo autorização para «falar de amor» com a minha mãe, com vista a um casamento. Este procedimento era obrigatório. A minha mãe pensou que seria um pouco como pedir autorização ao chefe da família e na realidade era exactamente disso que se tratava: o Partido Comunista era o novo patriarca. "

"Dois meses depois de terem casado - e menos de um ano após a Libertação - os meus pais eram expulsos da terra natal da minha mãe pelos mexericos e a inveja. A alegria que a minha mãe sentira com a libertação transformara-se numa melancolia ansiosa. Sob o Kuomintag, fora-lhe possível descarregar na acção as suas tensões - e fora fácil sentir que estava a fazer o que devia, o que lhe dera coragem. Agora, pelo contrário, sentia-se permanentemente errada. Quando tentava conversar com o meu pai a respeito destas coisas, ele respondia-lhe que tornar-se comunista era um processo difícil e doloroso. Era assim que tinha de ser."

Jung
, a filha:

"O «Presidente Mao», como lhe chamávamos sempre, afectou pela primeira vez a minha vida, de forma directa, em 1964, quando eu tinha doze anos. Tendo-se mantido afastado durante algum tempo depois da grande fome, estava a iniciar o seu regresso à ribalta e, em Março do ano anterior, lançara um apelo aos jovens para que «aprendêssemos com Lei-Feng».
Lei Feng era um soldado que, segundo nos disseram, tinha morrido com 21 anos, em 1962. Fizera uma grande quantidade de boas acções, não olhando a esforços para ajudar os mais velhos, os doentes e os necessitados. Doara as suas poupanças para os fundos de auxílio aos sinistrados e dera as suas rações de alimentos a camaradas que estavam no hospital. Não tardou que Lei Feng começasse a dominar a minha vida. Todas as tardes, saíamos da escola para «fazer boas acções, como Lei Feng». (...) Gradualmente ao longo daquele ano de 1964, a ênfase foi-se transferindo das boas acções para o culto de Mao. A essência de Lei Feng, diziam-nos os professores, era «o seu amor e a sua devoção sem limites pelo Presidente Mao». Antes de fazer fosse o que fosse, Lei Feng pensava sempre em algumas palavras do Grande Líder. (...) E nós jurávamos seguir as pisadas de Lei Feng, e estar dispostos a «escalar montanhas de facas e mergulhar em mares de chamas», a «deixar que nos transformem o corpo em pó e os ossos em lascas», a «submetermo-nos incondicionalmente ao controlo do Grande Líder». O culto de Mao e o culto de Lei Feng eram as duas faces de uma mesma moeda: um era o culto da personalidade, o outro, seu corolário inevitável, o culto da impersonalidade."

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Ai que saudades que eu tinha do Josh

Viva os anúncios de perfumes masculinos. Ele é Mathew McConaughey, ele é Jude Law, com uma barbinha de alguns dias que lhe fica a matar, e agora este menino cutchi, cutchi que é o Josh Harnett. São muito bons para lavar a vista estes anúncios, lá isso são.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

La reine

Gostei muito de Marie Antoinette, de Sofia Coppola. O filme é visualmente muito bonito, um festim para os olhos. Gostei também da banda sonora moderna, mas que encaixa muito bem no filme. Kirsten Dunst está muito bem no papel desta menina que casou aos catorze anos com aquilo que se pode chamar um "tanso" (e estou a ser simpática) e que se tornou rainha aos dezassete. O filme mostra todas as fases de Maria Antonieta, desde a menina assustada que chega à corte francesa, passando pela esposa desiludida, pela amante tórrida dum oficial sueco, pela mulher frívola e gastadora, pela mãe carinhosa que se refugia na sua pequena cottage vivendo uma vida simples, até à rainha madura que recusa abandonar o seu rei e fugir para lugar seguro. Também gostei do filme por não mostrar o fim da sua vida, que todos sabemos qual foi. É um filme muito elegante e de extremo bom gosto. A Sofia sabe das coisas.

Desafio

A amiga cenourita lançou-me um desafio engraçado. Com as iniciais do meu nome criar um acróstico com algumas das minhas características. Então aqui vai:

Inteligente (não sou é muito esperta, devia ser mais!)
Sincera
Ansiosa (sou o stress e a ansiedade em pessoa, mas já fui mais)
Bem-disposta (o sentido de humor é o que me salva)
Estudiosa (curiosa e sedenta de saber seria mais indicado!)
Leal

Não sei se repararam que só uma característica é que é negativa? Aproveitamos sempre para fazer um bocadinho de auto-elogio, não é?
Quem não concordar pode sempre reclamar!!!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Continuando com Jane Eyre


Os anos do orfanato. A perda da sua única amiga.

"Quando acordei já era dia; um movimento estranho acordou-me; olhei para cima; estava nos braços de alguém; a enfermeira levava-me ao colo de volta para o dormitório. Não fui repreendida por ter saído da cama; as pessoas tinham mais em que pensar; ninguém deu resposta às minhas perguntas; só dois dias depois soube que Miss Temple, quando regressou ao seu quarto de madrugada, me tinha encontrado deitada na pequena cama; o meu rosto encostado ao ombro de Helen Burns, os meus braços à volta do seu pescoço. Eu estava a dormir e Helen estava - morta."

Jane Eyre, Charlotte Bronte
Tradução minha (mantive a pontuação original)