quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A vida como ela é

Quando uma pessoa muito próxima tem um problema de saúde grave, tudo o resto desaparece e vemos como são fúteis todos os "problemas" que nos chateiam e preocupam no dia-a-dia. A única coisa positiva que se retira de um problema grave é poder colocar as coisas em perspectiva e ver o que realmente interessa: a saúde e o bem estar de quem amamos.

A melhor mãe do mundo (a minha, claro)

sábado, 10 de setembro de 2011

Refreshing Sounds

Descobri  a cantora americana Thao Nguyen com esta música  usada no genérico da divertida série australiana Offspring.

Ela e o seu grupo Thao with The Get Down Stay Down fazem músicas com um som diferente e divertido e com letras nada óbvias ao contrário da maioria das canções que ouvimos por aí.

Bag of Hammers é a que não me canso de cantarolar no momento:



"(...)And I won't ask to come in,
'Cause I have sold everything
Still I have, have got some manners"

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A glimpse of Lisbon (5)



Podia ser uma foto de qualquer lugar do mundo, não podia? Não há nela nada característico de Lisboa.
A não ser talvez o céu absolutamente azul e o sol a fazer brilhar os prédios.
E os pinheiros mansos. E o Tejo.
Parece que afinal só podia ser Lisboa. E é.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A Erva Canta

Doris Lessing

Tenho que confessar que não conhecia Doris Lessing antes de esta ter ganho o Prémio Nobel da Literatura em 2007. Nunca tinha ouvido falar da autora ou do seu trabalho, por isso, e porque há poucas mulheres laureadas com este prémio, fiquei com vontade de ler algo dela. Isso só aconteceu agora graças à minha irmã que requisitou na biblioteca de Alverca este livro para eu ler. A biblioteca do meu bairro (foto abaixo), apesar de ser uma das mais bonitas da cidade, não tem grande variedade e não tinha nenhum livro de Doris Lessing.

Biblioteca Municipal de São Lázaro
Não pedi à minha irmã nenhum livro específico, qualquer um de Doris Lessing servia. O engraçado é que ela trouxe o primeiro que a autora publicou,  A Erva Canta (The Grass is Singing) e não há melhor do que começar pelo princípio. A obra foi publicada em 1950 e a ação decorre na África do Sul. Ouro sobre azul: tenho um fascínio enorme pela história desse país complexo que é a África do Sul e como o livro foi publicado precisamente dois anos depois de ter tido início a política do Apartheid agarrei-me a ele e já não consegui parar mais. Foi um livro de leitura quase compulsiva.


A política do Apartheid começou oficialmente em 1948, mas a segregação racial sempre esteve muito presente neste território, mais ainda do que em qualquer outro território africano colonizado por europeus. (Será que houve algum pedacinho de África onde o colonizador europeu não tenha metido o bedelho? Acho que não.) Quando não eram os britânicos eram os Boers. A ambos os povos servia colocar o negro quase ao nível do animal, para se preservarem cultural e economicamente.

E é nesse contexto que entramos em contato com a comunidade britânica rural da África do Sul, no seio da qual decorre a acção. O livro é muito intenso a vários níveis. Primeiro porque mostra cruamente a "relação branco/negro" e depois porque a forma como a autora entra dentro dos personagens e nos conta os seus mais íntimos sentimentos, medos e loucuras é verdadeiramente poderosa.

Tenho que dizer que o livro começa por contar o fim da história, mas esse facto em vez de ser desencorajador da leitura, só nos dá mais vontade de descobrir como isso aconteceu. A autora tem uma grande mestria em manter a curiosidade do leitor que lê cada vez mais compulsivamente para descobrir como tudo se passou.


Não vou contar o enredo, apenas deixar um pequeno excerto para aguçar o apetite:

"(...) Falava como se não houvesse a mínima hipótese de recusa; ficara tão chocado que até esquecera os seus interesses pessoais. Nem mesmo estava a ser movido por pena de Dick. Estava a obedecer aos ditames da lei número um da África do Sul branca, que diz: "Não deixarás qualquer outro branco descer abaixo de certo ponto porque, se o fizeres, o preto poderá ver que não és melhor do que ele." Na sua voz soava a mais forte emoção de uma sociedade fortemente organizada, o que veio tirar a Dick qualquer hipótese de resistência. Porque, no final de contas, ele vivera naquele país toda a sua vida; estava minado pela vergonha; sabia o que era esperado da sua parte e sabia também que tinha falhado. (...)"

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A glimpse of Lisbon (4)


Foto tirada numa solarenga tarde de Julho.