Viajar até Paris pelas mãos de Woody Allen é quase tão bom como estar lá. Ele mostra-nos, aquilo que nós já sabemos, que Paris é sempre maravilhosa, com sol ou com chuva, no presente ou no passado. E mostra-o de uma forma surpreendente, bonita e elegante, como sempre.
Meia-Noite em Paris é um filme inspirador. Os actores são excelentes, os diálogos inteligentes e bem-humorados e a história é simplesmente genial.
Viajar até épocas que consideramos fascinantes é o sonho de muita gente. Um sonho que Woody Allen nos permite viver através do seu personagem principal. Não consigo deixar de simpatizar com Owen Wilson neste papel, é certo que ele apanhou alguns tiques de Woody Allen, mas isso não me chocou, parece que Allen se fez retratar a si próprio junto dos seus heróis e assim vemos não Owen Wilson, mas sim Woody Allen junto de Hemingway, de F.S. Fitzerald, Cole Porter, Picasso e muitos outros.
O ponto fulcral do filme é mesmo a velha questão de acharmos que a vida era melhor noutros tempos. Pessoas como eu, nostálgicas por natureza, tendem a olhar o passado com romantismo. E até a pensar como teria sido melhor viver noutras épocas. O filme desmistifica esta ideia de forma divertida e inteligente.
É claro que o presente é tudo o que temos e devemos fazer com que ele seja o melhor possível. A nossa época será talvez muito fascinante para pessoas que vivam daqui a 100 anos. Quem sabe? E nós estamos cá, por isso aproveitemos.