segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sábado na zona Oeste II


Depois rumamos a Santa Cruz. O tempo, para não variar, começou a ficar nublado assim que nos aproximamos da praia.

A água, também para não variar, estava um bocadito fria, mas isso não estraga a beleza desta praia que é uma das minha preferidas.
Depois do delicioso almoço no restaurante O Coelho, também ali para aquelas bandas, fomos a casa da Lena, em São Pedro da Cadeira e aproveitamos para brincar com os seus animais, o cão Zico e o gato Juca, que infelizmente me esqueci de fotografar, tão embevecida estava com os dois.
O final da tarde passou-se em São Lourenço, de onde não apetecia sair, mas o sol já quase se escondia. No caminho de volta ouvimos a melhor frase do dia, aquela que nos enche o coração de alegria. A Carol disse: "Hoje foi o dia mais feliz da minha vida". Claro que ela já o disse outras vezes e esperemos que diga muitas mais, mas sabe sempre bem ouvir. E não é que foi mesmo um dia feliz!

Sábado na zona Oeste I






Este post já vai um pouco atrasado mas nunca é tarde para recordar um dia feliz. Sábado 19, rumamos a Oeste logo pela manhã. Primeiro, um belo passeio pela simpática cidade de Torres Vedras. Na igreja que aparece nas três primeiras fotos estava a decorrer um casamento. Ainda vimos chegar a noiva, que por acaso estava muito elegante, mas decidimos não tirar foto para não devassar a sua privacidade, uma vez que seria vista pelos milhões de leitores do meu blog!

A foto da outra igreja foi tirada em andamento da janela do carro. Só com ajuda divina poderia ficar tão nítida!

Dom Casmurro

Voltando a Dom Casmurro, vou mostrar só mais um bocadinho da deliciosa prosa de Assis e do amor adolescente de Bento e Capitu:

"-Deixe ver os olhos, Capitu.
Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada". Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. (...) Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles ollhos de Capitu. (...) Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me."


Depois... depois muito mais vai acontecer na vida destes dois.


Quem não leu o livro, leia. Ler um bom livro enriquece a nossa visão do mundo, da vida e das pessoas.


Quem já leu sabe que esta é a versão de Bento dos acontecimentos, como seria a de Capitu? Isso ficará sempre no segredo dos deuses...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Dom Casmurro

Escolhi falar um pouco sobre Dom Casmurro por várias razões. Primeiro porque, quando li, adorei a surpresa do português do séc. XIX ser tão semelhante no Brasil e em Portugal. O português de Machado de Assis fez-me lembrar muito o de Eça de Queirós. Claro que já existiam diferenças, mas as variantes da língua ainda não se tinham afastado tanto. Depois, acho a escrita de Assis muito mimosa, linda, encantadora. E por fim, acho que é uma história tão simples e que ao mesmo tempo mostra tanto do ser humano e dos seus sentimentos. Aqui vai um pouquinho da história:
Bento e Capitu se encantam um pelo o outro nos apaixonados anos da adolescência. A amizade de infância cresce e muda.
" Dei um pulo, e antes que ela raspasse o muro, li estes dois nomes, abertos ao prego e assim dispostos:
Bento
Capitolina
Voltei-me para ela; Capitu tinha os olhos no chão. Ergueu-os logo, devagar, e ficamos a olhar um para o outro... Confissão de crianças, tu valias bem duas ou três páginas, mas quero ser poupado. Em verdade, não falamos nada; o muro falou por nós. Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se."
Mas havia um problema, a mãe de Bento tinha perdido o primeiro filho e fez a promessa que se o segundo filho vingasse, entraria na Igreja. Bento não tinha qualquer vocação religiosa e tinha esperança de que a promessa tivesse sido esquecida.
"Ultimamente não me falavam já do seminário, a tal ponto que eu supunha ser negócio findo. Quinze anos, não havendo vocação, pediam antes o seminário do mundo que o de São José."
E mais não digo. Por hoje fico por aqui. Espero que quem não tenha lido o livro fique já com alguma vontade de o ler.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Vergonha


No espaço de dois dias já tomei conhecimento de dois abandonos de animais. O animal que se cuidou, que se alimentou, que conviveu com as pessoas todos os dias do resto do ano, simplesmente é abandonado, porque é altura de férias. Como? Como é que é possível?

sábado, 12 de julho de 2008

Lisboa: um bom exemplo II

O jardim de São Pedro de Alcântara estava em obras há imenso tempo, acho mesmo que alguns anos. Finalmente as obras terminaram e os lisboetas têm de volta um jardim com uma das melhores vistas da cidade. Visitei-o agora pela primeira vez depois das obras, voltando assim a um dos meus lugares preferidos da cidade, onde muitas vezes "parei" na adolescência.
Uma das melhores surpresas desta visita foi o restauro da parte inferior do jardim, à qual anteriormente não tínhamos acesso.
Todos os lisboetas conhecem o estado de abandono de alguns jardins da cidade: pouca limpeza e falta de manutenção. Este, por enquanto, está impecavelmente limpo e bem tratado. Espero que seja para durar e que daqui a alguns meses não esteja sujo e abandonado como outros. É nesta cidade de jardins limpos e floridos que quero viver. Um jardim com casais de namorados de todas as idades, famílias inteiras a passear e leitores solitários que de vez em quando levantam a cabeça do livro para apreciar a paisagem.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Academia dos livros


Adorei o desafio de falar sobre um livro à nossa escolha. Gosto também que não exista prazo nem formato rígido. O melhor do desafio literário é ir saboreando um livro que se lê pela primeira vez ou que se relê e ir postando conforme nos der vontade. Eu já escolhi o livro, é um livro de um autor brasileiro do século XIX, Machado de Assis, e chama-se Dom Casmurro. Já li este livro há algum tempo e encantou-me em muitos aspectos.

Isto foi só um aperitivo, outros posts se seguirão. Sem hora marcada...

terça-feira, 8 de julho de 2008

Lisboa: um bom exemplo


Agora que é urgente chamar a atenção para o estado de degradação de muitos edifícios desta cidade, senti necessidade de mostrar um bom exemplo de recuperação do património arquitectónico. Este edifício esteve devoluto durante vários anos e o seu futuro parecia certo: deixar cair para construir um novo. Felizmente não foi o que aconteceu. As obras foram exemplares. Foi mantida a fachada original e todo o interior foi recuperado de forma a construir casas com as comodidades necessárias à vida actual e todo o edifício está habitado. A foto é de fraca qualidade e não deixa ver a verdadeira beleza do edifício. Mas eu, que tenho o privilégio de passar por ele todos os dias, posso garantir que é uma verdadeira obra de arte.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

As coisas que me encantam


A minha irmã passou-me este desafio engraçado que consiste em escolher três coisas que me encantam. É difícil escolher, há tanta coisa que me encanta no mundo. Mas vou tentar resumir.


A natureza - A natureza em geral, as plantas, os animais, as paisagens verdejantes, o mar, a areia, os rios, os lagos, enfim a natureza que nós devemos cada vez mais estimar e preservar para que nada se perca deste planeta maravilhoso que é o nosso.


A arte - A capacidade que o ser humano tem de criar maravilhosas obras de arte. Destaco a pintura, o cinema e a literatura por serem aquelas que mais me apaixonam.


A família - Adoro as pessoas que formam a minha família mais próxima, pois são o meu porto de abrigo.


Não sei se deu para perceber mas o meu resumo não é muito resumido!!!
Não passo o desafio a ninguém em especial. Passo a todos os que quiserem partilhar connosco algumas das coisas que os encantam.

domingo, 6 de julho de 2008

As farófias da mãezona Hortense

Ingredientes:

1 litro de leite
5 colheres de sopa de açúcar
1 pau de canela
1 casca de limão
5 ovos
2 colheres de sopa de farinha Maizena

Coloca-se o leite num tacho ao lume, com a casca de limão, o pau de canela e as colheres de açúcar. Quando ferver, baixa-se o lume. Entretanto, batem-se as claras em castelo. Com uma colher de sopa juntam-se pequenos montinhos de claras ao preparado que está ao lume. Quando levanta fervura vira-se o montinho de claras, ferve mais uns segundos e retira-se para um tabuleiro. Entretanto dissolve-se a farinha num pouquinho de leite frio e junta-se ao preparado do tacho. Ferve mais um pouquinho mexendo sempre para não agarrar. Retira-se do lume, retira-se a casca de limão e o pau de canela e juntam-se as gemas bem dissolvidas. Mexer até ficar uniforme. Juntar às farófias no tabuleiro. Enfeite com caramelo líquido. E bom apetite.

sábado, 5 de julho de 2008

Na baía de Cascais...


De manhã rumo à praia bem cedinho.
Praia limpa, um mar tranquilo na frente e um património arquitectónico maravilhosamente bem preservado atrás.
Assim, sim.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Lisboa

Recomendo vivamente a todos os lisboetas uma visita ao blog http://lisboasos.blogspot.com/. Eu sei que pode ser muito deprimente, mas temos que assumir de uma vez por todas o terrível estado de certas zonas da cidade e consciencializar os cidadãos e os governantes para a necessidade urgente de recuperar e salvar esta cidade. É um património riquíssimo que se está a perder. O património de uma cidade. O património de um país. O património de todos nós.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Ingrid

Finalmente.