terça-feira, 4 de novembro de 2014

Doce Outono: Figos Secos

Gosto de viver ao sabor das mudanças de estação. Gosto de comer aquilo que a época nos dá. Gosto de comer figos frescos no Verão e figos secos no Outono e no Inverno. Gosto da sabedoria antiga de secar os figos ao sol durante o abundante Verão para depois comer no austero Inverno.
 
Há um problema no meio disto tudo, é que o figo seco é muito rico em fructose. Quem tem problemas com consumo de fructose não deve abusar.

 
Eu não gosto de abusar na fructose, mas adoro figos secos e faço esta concessão. Tenho andado com muita vontade de comer doces. A compulsão do açúcar reduziu bastante, mas volta sempre que a nível psicológico me sinto mais frágil. Volta com menos força, mas volta.



Então apareceu a vontade de fazer uns bolinhos que levassem os doces figos secos e o resultado foi este:



Uns bolinhos de aveia e mel com pedacinhos de figos secos

Ingredientes:

1 chávena de farinha sem glúten Doves Farm
1 chávena de flocos de aveia (isentos de glúten) triturados
2/3 chávena de açúcar amarelo
1/2 chávena de manteiga derretida
3 ovos
1/2 colher de café de goma xantana
2 colheres de sopa de mel
Figos secos a gosto

Preparação:

Triturar os flocos de aveia até obter uma farinha o mais fina possível. Misturar a farinha sem glúten, a aveia, e a goma xantana. Bater a manteiga, o açúcar e os ovos. Acrescentar a mistura de farinhas e bater. Acrescentar o mel e bater mais um pouco. Cortar os figos em pedaços e juntar à massa. Pode deixar alguns pedaços  de figo para deitar por cima da massa antes de ir ao forno, para que fiquem ao de cima.

Levar a forno pré-aquecido por 12 a 14 min. ou até o palito sair limpo.

 

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Avelãs para dar as boas vindas ao Outono

Quando eu era pequena meti na cabeça que não gostava de avelãs. Depois, já adulta, evitava tudo que tinha avelã com base nessa ideia. Acho que com a idade algumas esquisitices vão embora (aparecem outras!) e agora eu acho o sabor da avelã muito agradável.
 
O Verão este ano foi fraco,  por isso não estávamos com muita saudade do Outono, mas de qualquer maneira ele está aí, agora oficialmente, por isso há que recebê-lo de braços abertos e eu acho que avelãs sabem a outono.
 
Uma vizinha esteve de férias na quinta dos pais no norte e touxe-me uma grande quantidade de avelãs super saborosas. Como eram muitas eu comecei logo a pensar em como usá-las nuns bolinhos. Tinha também ainda algum coco ralado que não sabia bem como usar e resolvi juntar as duas coisas. Triturei muito bem as avelãs e triturei também o coco ralado para ficar o mais fininho possível. Juntei tudo e usei como parte da farinha dos bolinhos. Como foi uma primeira experiência resolvi fazer pouca quantidade só para ver qual seria o resultado.
 

Fiz assim:

Ingredientes

3/4 chávena de avelãs trituradas
2 colheres de sopa de coco ralado triturado
1/2 chávena de farinha sem glúten (Doves Farm Self Raising White Flour)
1/2 colher de chá de canela
1/2 chávena manteiga derretida
2 ovos
3/4 chávena açúcar amarelo

Preparação

Combinar a avelã, o coco, a farinha e a canela num recipiente.
Combinar a manteiga, os ovos e o açúcar e bater por 30 segundos.
Incorporar lentamente os ingredientes secos e bater por 1 minuto.
Levar ao forno e voilá!



O resultado ficou bastante agradável.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Pão de Linhaça

Nas duas semanas que estive de férias em Julho portei-me muito mal, ou seja, comi tudo o que me apeteceu comer. Comi muito açúcar, comi muito pão de trigo alentejano, enfim, férias são férias e eu quis relaxar completamente e como não estava em casa era difícil manter a alimentação que normalmente faço.
 
Agora que voltei à rotina do trabalho voltei às preocupações alimentares e senti vontade de desintoxicar o organismo. Vi este pãozinho muito simples aqui e senti logo vontade de fazer. 
 

Como sempre não segui a receita à risca porque não tinha coco em casa, então usei a farinha sem glúten que costumo usar, esta.


Fiz assim:

Ingredientes

5 ovos
1 chávena de linhaça dourada bem triturada
1 chávena de farinha sem gluten
2 colheres de sopa de azeite
meia chávena de água
1 colher de chá de sal
1 colher de sopa de fermento

Preparação

Separe 3 claras das gemas. Bata as claras em castelo e reserve. O restante dos ovos e das gemas passe pela peneira. Na batedeira misture os ovos e todos os outros ingredientes excepto o fermento. Quando estiver homogénio adicione o fermento e as claras em castelo e incorpore com delicadeza.
Coloque numa forma a gosto e leve ao forno pré-aquecido por cerca de 25 minutos ou até o palito sair limpo.
Congelei metade em fatias e depois de descongelado fica igualmente bom.

 
Acho que se come muito bem, apesar de no início estranhar o sabor intenso da linhaça. Talvez com a farinha de coco fique com um sabor menos intenso a linhaça. Para a próxima experimento.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Alfarroba

Andava curiosa sobre a farinha de alfarroba, queria conhecer melhor a sua textura e trabalhar com o seu sabor achocolatado. Comprei um pacotinho e comecei a experimentar. Fiz algumas tentativas de biscoitos mas não saíram grande coisa, basicamente porque eram adaptações de receitas com glúten. Depois procurei melhor e encontrei esta receita, que me agradou.

 
Segui a receita  na íntegra, com excepção do açúcar de côco e da stevia que substitui por açúcar amarelo, aumentando a dose para 50 gr. Usei pela primeira vez o óleo de côco que acho que dá um aroma muito leve e agradável aos biscoitos. Gostei.


 
Os biscoitos ficam realmente com um leve sabor achocolatado, que é muito agradável. Esta é uma receita para repetir.


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Thought worm/ Ear worm

True Detective mexeu comigo. De tal forma que ainda sou assolada por  imagens, diálogos e ambientes três dias depois de ter terminado de ver. E a música não me sai da cabeça.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Beijus de Tapioca

Aquilo que neste post eu dizia ser impossível de fazer em Portugal é afinal muito fácil. Graças à inspiradora Neide, percebi que é muito fácil fazer o chamado Beiju de Tapioca através do polvilho doce. Segui as instruções da Neide, neste e neste post e voilá: o beiju.
 
 
É muito fácil:
 
250  gr polvilho doce
125 ml água
Pitada de sal
 
Lentamente vamos deitando a água e amassando o polvilho, que vai formando torrões.
Depois é só peneirar em cima de uma frigideira anti-aderente e fazer o beiju, um ou dois minutos de cada lado e já está.
A farinha pode guardar-se hidratada no frigorífico durante 3 dias coberta com um pano húmido. A qualquer hora tiramos, puxamos da frigideira e fazemos uns beijuzinhos maravilhosos.


O primeiro que fiz comi com banana e mel, uma ideia que eu tinha fisgada e é muito bom. O sabor neutro da tapioca vai bem com tudo e adoro a sua textura de goma.



Tenho que dizer que estou fã do beiju em todas as suas formas. Já experimentei doces e salgados e até simplesmente barrado com manteiga. Como diz a Neide, nhac!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Dilemas alimentares

Há certos hábitos que são difíceis de quebrar. Gosto de leite, da textura, do sabor, de como acompanha bem um pãozinho, umas bolachas, cereais, de como se pode tão facilmente cozinhar com leite, fazer umas panquecas, um mingauzinho, etc. Para mim é difícil achar substitutos que cumpram todos os requisitos. Já comprei várias vezes leite de amêndoa, por exemplo, mas não me sinto confortável a aquecê-lo ou cozinhá-lo e eu gosto muito de cozinhar com leite.
 
Nesta tentativa de substituir o leite resolvi fazer o leite de amêndoa em casa para poder fazer estas panquecas. O leite ficou bom, muito bom e fez umas panquecas deliciosas, mas confesso que não tenho paciência para fazer disto uma prática comum. Juro que admiro as pessoas que fazem tudo em casa e numa vida ideal é isso que eu defendo, consumir alimentos de verdade, não processados, mas por outro lado eu sou aquela pessoa que adora a liberdade de abrir o frigorífico, retirar um pacote que comprou no supermercado e usar. Dilemas da vida moderna.
 
Voltando ao leite de amêndoa, como se sabe, o resultado de fazer leite de amêndoa é uma quantidade absurda de polpa de amêndoa que eu nunca na vida iria desperdiçar. Encontrei esta receita que me pareceu interessante e fiz uns biscoitinhos de amêndoa e chocolate branco.
 

 

Sou 100% a favor de aproveitar o que se tem em casa e por isso quase sempre altero as receitas. Neste caso troquei o chocolate negro pelo branco porque era o que tinha em casa. Do resto segui a receita na íntegra e ficaram muito bons.
Termino por dizer que, segundo algumas informações que tenho recolhido, o consumo exagerado de amêndoas pode ser prejudicial. Por isso deixo um link com informações detalhadas sobre esse assunto, de um blog que me parece sério na sua abordagem dos alimentos. E deixo também o conselho: consumam amêndoas com moderação.
 

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Panquecas de Banana


Fazer uns bolinhos de frigideira é a coisa mais fácil do mundo e o resultado é sempre bom. As panquecas são muito versáteis, podem ser servidas com qualquer tipo de acompanhamento a gosto ou mesmo simples, sem nada a acompanhar.
 


Estas são sem glúten e sem lactose e são igualmente saborosas. A mistura da amêndoa e da banana dá-lhes um sabor muito agradável.

 
 
Ingredientes:
 
1/2 chávena de farinha sem glúten (usei esta)
1/2 chávena de amêndoa triturada
1/2 chávena de leite de amêndoa caseiro
3 ovos
pitada de sal
uma banana madura
 
Preparação:
 
Junte todos os ingredientes na misturadora por 30 seg. Deixe a massa repousar 1 minuto. Entretanto aqueça a frigideira com um bocadinho de manteiga. Quando começarem a aparecer as bolhas na panqueca vire para cozinhar do outro lado por 1 minuto.
 



sexta-feira, 2 de maio de 2014

Stevia


Aqui há uns tempos, a minha vizinha do lado deu-me uma folhinhas de stevia ainda verdes. Eu já tinha ouvido falar da stevia, claro, mas nunca tinha usado, porque nunca me tinha dado para comprar e confesso que não sabia muito bem o que fazer com as folhinhas. A minha vizinha só me disse que as folhas deveriam secar ao ar livre e depois ser moídas até ficarem num pozinho.
Eu tratei logo de deixar as folhas na varanda alguns dias a secar, mas depois já não sei porquê guardei-as num frasquinho e nunca mais me lembrei delas.
 
A minha memória é péssima, essa é uma das razões porque eu estou a diminuir o açúcar, tenho muito medo dos danos que ele pode causar no cérebro, principalmente num cérebro já fraquinho e condenado pela genética. Mas enfim, uns tempos depois ao ler umas coisas sobre os substitutos do açúcar lembrei-me que tinha por aí um frasquinho com a preciosa planta. Será que estaria em condições? Estava ótima.
O processo é um bocado chato, temos que moer as folhas e peneirá-las várias vezes e voltar a moer e nunca consigo que fique mesmo em pó. Talvez esteja a fazer alguma coisa mal, não sei. Ou provavelmente estou a usar métodos retrógrados, alguém ainda usa o almofariz?
 
Até agora só tenho usado para adoçar os meus abacates. Antes eu batia os abacates com o sumo de uma laranja e mel. Ficava divinal, mas... demasiada frutose, certo? Agora bato os abacates com a stevia e um bocadinho de linhaça triturada, depois acrescento algumas sementes de sésamo e girassol.
Eu quase nunca tenho muita fome de manhã, principalmente quando me levanto cedo e uma coisinha assim leve para mim é o suficiente para começar o dia. Faço isso uma a duas vezes por semana.
 
As folhinhas secas da stevia

A peneirar, para retirar os filamentos das folhas

Depois de moída e peneirada, mas ainda um pouco grossa


Se alguém souber como tornar a stevia mais fininha, aceitam-se sugestões. Nunca experimentei em bolos e sinceramente não me sinto muito tentada. Tenho lido coisas contraditórias sobre a stevia e ainda não me sinto suficientemente segura para usar com confiança. Depois se verá.

domingo, 27 de abril de 2014

Muffins de Limão




Como o limoeiro do meu quintal alentejano estava carregadinho de limões aproveitei para trazer um saco cheio para mim e outro para a minha irmã. Dá sempre jeito ter limões em casa e estes são 100% biológicos. Aquela árvore nunca levou qualquer tipo de químico e mesmo não percebendo nada de agricultura fico surpreendida com a quantidade de limões que ela produz ao longo do ano. Está quase sempre com frutos, é incrível.


Claro que com tantos limões em casa tinha que fazer alguma coisa de limão. Inspirei-me muito livremente nesta receita e fiz uns simpáticos muffins de limão. Não tinha semente de papoila em casa, nem farinha de sorgo, nem fécula de batata, por isso improvisei com os ingredientes que tinha à mão e acho que resultou muito bem.


Ingredientes:

1 e 1/3 chávena de farinha sem glúten
1/3 chávena de flocos de aveia
2/3 chávena de açúcar amarelo
1/2 chávena de manteiga
2 ovos
sumo de um limão
zest de um limão
1 colher de sopa de linhaça
1 colher de sobremesa de mel

Preparação:

Misturar a farinha e os flocos de aveia. Separadamente bater a manteiga, o açúcar e os ovos. Acrescentar a farinha com a aveia e bater. Acrescentar o sumo e o zest de limão e o mel e bater bem. Por fim acrescentar a linhaça e mexer com uma colher de pau. Assar 25 minutos em forno médio.
Esta receita não encheu a forma de muffins completa, deu só 11 muffins pequenininhos, mas muito saborosos.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Primavera no Alentejo - Instantâneos

Flor de Laranjeira

Há poucas coisas mais belas na natureza do que um botão de rosa

A Carol herdou das mulheres da família o gosto pelas flores

O Alentejo é branco, branco, branco.

Mas também de todas as cores.


O Alentejo é lindo.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Alimentação - O que podemos comer?


Nisto da alimentação, como em tudo na vida, é preciso equilíbrio e bom senso. Eu já aqui disse, que não vou riscar nenhum ingrediente da minha alimentação apenas reduzir alguns que acho que me fazem mal: o açúcar, o glúten e o leite. Reduzir não é cortar radicalmente da nossa dieta. Na minha opinião uma alimentação bem variada é a mais saudável de todas. Se abusamos de alguns ingredientes e eles nos fazem mal é mais provável que venhamos a sentir os seus efeitos negativos, mas se variarmos bastante a nossa alimentação mais dificilmente seremos contaminados pelos efeitos negativos dos alimentos.
Digo isto porque acabei de ver num artigo no Facebook, que a linhaça, um alimento altamente elogiado pelas suas qualidades, e que eu consumo com alguma regularidade, está contaminada com excessivos níveis de estrogénio o que pode ser muito prejudicial para a saúde. Afinal o que podemos nós comer?

Linhaça
Se levarmos em consideração cada novo estudo que surge diariamente, deixamos de comer por completo. Acredito que a linhaça tenha algum tipo de contaminação, como aliás quase todos os alimentos atualmente, mas nós não precisamos de comer linhaça todos os dias. Assim como não precisamos de comer trigo todos os dias. Eu costumava comer trigo/glúten todos os dias, praticamente a todas as refeições, agora como talvez uma refeição com trigo/glúten dia sim dia não.

Na minha modesta opinião, ao riscarmos um elemento radicalmente da nossa dieta, podemos inadvertidamente substituí-lo por outro que poderá fazer tão mal ou pior.
 
Por isso para mim, o melhor continua a ser variar o mais possível.
 
Se uma pessoa leva isto demasiado a sério enlouquece, por isso é preciso calma na hora de mudar a alimentação e muita calma na hora de dietas radicais.
O meu lema continua a ser procurar o equilíbrio, sempre.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Bolo de Cenoura sem glúten

Continuando neste processo de estudar e experimentar receitas sem glúten deparei-me com este blog. Nele já encontrei várias receitas interessantes e também várias dicas para tornar os bolos/biscoitos/etc sem glúten mais saborosos. Descobri por exemplo que um bolo sem glúten, para ficar mesmo bom, deve misturar várias tipos de farinhas e ingredientes de várias texturas para ficar com uma consistência mais agradável.
Há já algum tempo que andava à procura de um bolo de cenoura alternativo à clássica receita que todos conhecemos. 
 
 

Inspirei-me neste bolo de cenoura e o resultado foi mesmo muito bom. Usei esta farinha, que é uma mistura de farinha de milho, mandioca, arroz, batata e trigo sarraceno.

Como fiz algumas alterações fica aqui a receita:

Ingredientes:

3 ovos
2 chávenas de farinha sem glúten
1 chávena de açúcar amarelo
1 iogurte natural
1 colher de sopa de mel
1 colher de chá de canela
1/2 colher de chá de gengibre
4 cenouras
1/3 chávena de passas douradas
1/2 chávena manteiga sem sal

Começar por bater os ovos; depois juntar a manteiga derretida e bater com os ovos; acrescentar o açúcar amarelo e bater até ficar macio. Juntar o iogurte, o mel a canela e o gengibre. Acrescentar a farinha batendo sempre. Acrescentar as cenouras finamente raladas e as passas e mexer com uma colher de pau.
Assar em forno pré-aquecido durante aproximadamente 45 min.
 
Como estou nesta viagem de reduzir também o excesso de açúcar, reduzi a quantidade de passas da receita original, de meia chávena para um terço, uma vez que já tinha o mel. Para o meu gosto atual ficou bom assim.
 
Quero frisar que, obviamente, este blogue não é, nem pretende ser, especialista em culinária sem glúten, ou em alimentação em geral.  Apenas estou a partilhar a experiência dos meus modestos primeiros passos neste processo de procurar uma alimentação mais saudável. Aqui no blog, tenho partilhado apenas as experiências nos doces, mas também já fiz algumas tentativas nos salgados que correram bem. Qualquer dia também vou partilha-las aqui.

domingo, 13 de abril de 2014

Uma pequena história sobre uma orquídea

Há alguns dias atrás, de manhã, quando me aproximei do meu carro, estava uma orquídea presa no limpa para-brisas. Peguei nela, e guardei-a dentro do carro, junto às mudanças. Andou ali uns dias a alimentar a imaginação de uma mulher que há muito se tornou desencantada.
 
Como é que ela teria lá ido parar? Foi uma coincidência, um simples acaso ou um engano?  Foi propositado? Foi um presente de um admirador?
Se sim, quem?

 

Não sei, mas alguém me disse que mesmo que não saiba o quem, como ou porquê da situação posso sempre encará-la como um presente da vida, um presente que devo agradecer. Acho que sim. Obrigada vida, pela orquídea e por tudo o resto.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Padrões estéticos na cozinha

"Agora, por quê temos esse culto à beleza alimentar e não podemos vender uma farinha meio amarronzada, ou achar um arroz integral mais interessante que o branco, ou até mesmo uma torta feita de farinha integral mais bonita que uma feita de farinha branca??? Temos que mudar nossos conceitos estéticos e de beleza não só nos homens e mulheres da sociedade como também na alimentação. Assim poderemos consumir menos química e sermos mais saudáveis apenas mudando um pensamento!!!
Viva aos padrões NATURAIS de beleza!!!"

Bela Gil, no seu blog 

No post anterior queixei-me de que o bolo ficou feio. Retiro o que disse, o meu bolo não é feinho, ele é lindo à sua maneira. Vamos acabar com todas as ditaduras estéticas, até mesmo as culinárias :)

Bolo de banana sem gluten

Queria fazer um bolo com a farinha de arroz, mas como não encontrava nenhuma receita que me agradasse, comecei a inventar. Como tinha bananas, lembrei-me de fazer um bolo de banana levemente inspirado neste. Acabou por ser uma adaptação muito, muito livre.
 
O bolo ficou muito feinho como podem ver pela fraca foto (decididamente tenho que aprender a tirar fotos de interior). Parecia que não estava assado, mas estava. Já os biscoitos que fiz com esta farinha também ficaram assim descorados, acho que é a ausência do glúten que lhes dá esta cor. Ficou também muito baixinho, mais uma vez a ausência de glúten em acção. Mas também, o meu objectivo não é fazer bolos bonitos, mas sim fazê-los de forma a que me façam sentir bem.
 

 
 
 
Fica a receita:
 
2 bananas maduras
150 gr farinha de arroz
100 gr açúcar amarelo
3 ovos
meia chávena de manteiga
meia colher de chá de canela
1 colher de chá de fermento
 
Bata os ovos com o açúcar amarelo. Acrescente a manteiga e vá batendo sempre. Com um garfo faça uma papa das bananas e envolva com a canela. Acrescente a papa de banana e depois a farinha e o fermento batendo sempre. Asse em forno pré-aquecido por aproximadamente 35 minutos.
 
Fica pouco doce, como era suposto. Quem quiser mais doce é só aumentar a quantidade de açúcar.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Gone Girl

 
Em Parte Incerta (Gone Girl) de Gillian Flynn, é sem dúvida o livro que mais gostei de ler nos últimos tempos. Surpreendente. Soberbamente bem escrito. Espero que façam alguma coisa decente com o filme que aí vem.  Neste momento estou desejosa de começar a ler Lugares Escuros (Dark Places).
 
 

sábado, 29 de março de 2014

Não sei o que se passa comigo. Eu, que até há bem pouco tempo era uma cinéfila inveterada, perdi completamente a vontade de ir ao cinema ou mesmo de ver os filmes em casa. Não tive vontade de ver os candidatos ao Oscar, aliás, só hoje vi o vencedor e não achei nada de especial. 12 Anos Escravo é demasiado longo e muito fraquinho. Uma história terrível, que obviamente deve ser lembrada, mas o filme em si, como obra de arte, não me disse muito. 
Enfim, a vontade cinéfila está em baixo. Tenho imensos filmes em casa para ver, mas arranjo sempre qualquer outra coisa para fazer. No outro dia comecei  The Monuments Men e não consegui nem chegar ao meio. Achei tremendamente chato e não me agarrou.
Por outro lado, ando entusiasmadíssima com as minhas séries.

domingo, 23 de março de 2014

Farinha de arroz

Continuando com a resolução de experimentar farinhas sem glúten andava com vontade de fazer algumas receitas que levavam farinha de coco, como por exemplo esta. Entrei no Celeiro decidida a comprar um pacotinho da dita, mas esse pacotinho custava a módica quantia de 12,95 € e como ainda não foi esta semana que acertei no Euromilhões comprei antes um pacote de farinha de arroz (3,95€).
 
 
Na minha primeira tentativa de fazer uns biscoitos com a farinha de arroz, cortei tanto no açúcar que eles ficaram a saber a sabão. Aprendi a lição e misturando algumas receitas fiz estes biscoitinhos de farinha de arroz e amêndoa que ficaram muito agradáveis. Reduzi em 25% a quantidade de açúcar pedida nas receitas e o resultado foi positivo, não sabem a sabão, mas também não estão muito doces.
 
 
 
Fica a receita para quem quiser tentar:
 
100 gr farinha arroz
50 gr amêndoa triturada
70 gr manteiga sem sal
75 gr açúcar
1 ovo
meia colher de chá de canela
 
Prepare o tabuleiro barrando-o com manteiga.
Forme um creme com a manteiga e o açúcar, depois adicione o ovo e bata até obter uma massa leve. Junte a farinha, a amêndoa e a canela e misture bem. Cubra o recipiente com película aderente e refrigere por 30 minutos. Aqueça o forno para ficar moderadamente quente. Forme bolas com aproximadamente 2,5 cm de diâmetro. Achate-as e leve ao forno a assar por 12 min ou até deslizarem facilmente no tabuleiro.
 
Não ficam com a textura fofa e aveludada nem com aquele aspecto bonito a que estamos habituados nos biscoitos de trigo, mas comem-se muito bem.
 

quinta-feira, 13 de março de 2014

O Toque de Midas

 
 
Colleen McCullough tem um talento especial para contar histórias de amores impossíveis, sem descambar para o lamechas. Esta é a história dum homem ambicioso que transforma tudo o que toca num sucesso, um homem que consegue tudo aquilo que quer, à exceção do amor da mulher com quem se casou. É uma saga familiar das boas, e pelo meio há encontros e desencontros, relações disfuncionais e a história da construção da Austrália como pano de fundo. 

terça-feira, 11 de março de 2014

Fim de tarde no quintal




Foram só três diazinhos no Alentejo mas mesmo assim deu para matar saudades do campo, do cheirinho da terra, do som dos bichos e do meu quintal. Estive tão entretida a cuidar da casa e do quintal que só ao entardecer me lembrei de tirar fotografias. Já havia pouca luz, mas mesmo assim não resisti.

 
 
 

domingo, 9 de março de 2014

Mandioca

A minha maior dificuldade nesta coisa de reduzir o consumo de glúten é o que comer ao pequeno-almoço e nos lanchinhos do meio da manhã e da tarde. Ao pequeno almoço costumava comer pão ou algum tipo de cereal com leite, tipo muesli, granola, ou mesmo (sim confesso!) papa Nestum. Agora tenho comido corn flakes sem qualquer tipo de açúcar e por vezes acrescento linhaça grosseiramente triturada, mas confesso que todos os dias se torna um pouco monótono.
Existem imensas receitas de pães, bolos, panquecas, crepes e biscoitos sem glúten, mas quase todas as farinha utilizadas são muito mais caras do que as de trigo. Por isso tenho andado a explorar a farinha de mandioca que mesmo assim ainda é a mais barata. O polvilho azedo ou doce tem um preço razoável e a tapioca também. Tenho feito muitos pães de queijo, mas quero começar a fazer outras coisas com o polvilho para variar. Já tenho algumas ideias que tirei daqui, e que quero experimentar, como por exemplo profiteroles com polvilho.

pão de queijo
Em relação à tapioca depois de muito pesquisar na net cheguei à conclusão que é impossível fazer aqui em Portugal aquilo que eu queria fazer, que é uma espécie de crepe que se faz com a goma da tapioca no norte do Brasil  e que tem este aspecto:

foto retirada daqui
Se mesmo em certas zonas do Brasil não é fácil achar esta tal de goma da tapioca ainda mais difícil é encontra-la aqui. Depois de muito procurar a única coisa que encontrei foi esta tapioca granulada que, pelo que percebo, é utilizada para fazer cuscuz ou sobremesas:


Seguindo a receita da embalagem e cortando o açúcar para metade fiz uma espécie de papinha que ficou comestível, mas acho que não fiz bem a hidratação da tapioca porque a consistência estava um bocado estranha. Quando estamos habituados à facilidade da farinha de trigo, é difícil perceber os segredinhos e caprichos dos outros ingredientes. Mas nada que muita prática não resolva. E eu vou continuar a tentar.

 

quarta-feira, 5 de março de 2014

Alimentação - uma pequena reflexão

Já há algum tempo que venho a sentir vontade de mudar algumas coisas na minha alimentação. Gosto da ideia de uma cozinha saudável, natural, local quando possível, etc. e tenho lido bastante sobre o assunto porque é um tema que me fascina. Mas confesso que o que despoletou este maior interesse na alimentação foi a doença do meu pai.  Ao ler sobre o Alzheimer deparei-me com vários textos que ligam a doença ao consumo excessivo de açúcar. Continuei a ler sobre os malefícios do açúcar e mais me convenci que tinha que reduzir o consumo do doce vilão. Na nossa vida diária nós nem reparamos na quantidade de açúcar que ingerimos. O açúcar está presente em doses industriais em muitos dos alimentos processados que compramos no supermercado, ironicamente também nos chamados alimentos light, que por serem livres de gordura têm que compensar com açúcar para terem sabor. Muitas vezes até em alimentos que não estamos à espera como por exemplo polpa de tomate.
Eu era viciada em bolachas, comia muitas caseiras, mas nas fases de preguiça comia muitas compradas no supermercado, carregadas de xarope de frutose e glicose, que é açúcar em doses absurdas. Essa foi então a primeira mudança que eu quis fazer, reduzir o açúcar.

Mas não parei por aí, porque um texto puxa o outro e do açúcar passei para os óleos vegetais e depois para o glúten e depois para os hidratos de carbono em geral e depois para a lactose e depois... fiquei confusa... e exausta. Será que podemos comer alguma coisa descansados?
Acho que não podemos ser radicais. Eu por natureza não sou uma pessoa radical, procuro sempre um equilíbrio e é isso que estou a tentar fazer neste momento.
 
De entre a dieta vegetariana, a vegan, a dieta paleo, a low carb, etc, não opto por nenhuma. Neste momento o que faz sentido para mim é recolher alguns elementos de umas e de outras e começar a fazer experiências, ver o que se adequa ao meu organismo e ao meu estilo de vida.
Estou numa fase de experimentação. Para já não me vejo a riscar nenhum elemento da minha dieta, mas sim a diminuir o seu consumo. O que faz sentido para mim neste momento é diminuir o açúcar e o glúten. Acontece que estas são as mudanças mais difíceis para mim, pois eu sou doida por doces, bolos, pães, pizzas e afins. A mudança vai ser lenta e, espero eu, livre de ansiedade. Há hábitos muito difíceis de mudar e eu não quero fazer disto um processo penoso.
Mas já começou e até agora tem sido interessante.