quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Arrependimentos

Quando olho para a vida que já vivi, tenho sempre alguns arrependimentos, penso que algumas escolhas não foram as melhores, e que se voltasse atrás talvez fizesse de outra maneira. Por isso sempre me fez alguma confusão aquelas frases "não me arrependo de nada na minha vida" ou "voltava a fazer tudo outra vez", que ouço tantas vezes. Mas talvez estas frases não tenham a arrogância que eu lhes atribuia, talvez apenas sejam a forma de a pessoa expressar o facto de o passado estar lá atrás e não haver nada a fazer para o mudar. Agora, chegados ao momento presente, não adianta estar arrependido, temos que aprender com os erros passados e tentar não os repetir no futuro.

Ou será que estas pessoas simplesmente estão a dizer que nunca cometeram erros na sua vida, que todas as decisões foram as melhores, que a sua vida foi perfeita? Não acredito em vidas perfeitas, por isso, continuo a dizer que me arrependo de algumas coisas e que, se pudesse algumas escolhas seriam diferentes. Mas isso não quer dizer que eu não olhe para o meu passado com tranquilidade. Eu aceito as minhas escolhas, mesmo as más, porque tenho que me aceitar como sou hoje.

O que me fez pensar neste assunto foi a série Erica, uma série canadiana, em que a personagem principal volta ao passado para tentar resolver os erros que acha que cometeu. Estas viagens ao passado só servem para ela perceber que se fez aquelas escolhas é porque tinha que as fazer. A certa altura Erica diz " somos a soma das nossa escolhas". E é tão verdade. Essas escolhas ajudam-nos a ser quem somos, tenham sido boas ou más escolhas, ajudaram-nos a crescer e a formar o ser que somos hoje.

E vocês? Arrependem-se de alguma coisa ou fariam tudo outra vez? Se quiserem dêem-me a vossa opinião.

A Ameixinha presenteou-me com este selinho mágico e com um pequeno desafio. Como acho que a vida de vez em quando precisa de um pouco de magia, aqui está ele. Obrigada Ameixa.


Uma música mágica: "Don't give up" Peter Gabriel e Kate Bush

Um filme mágico: "Sleepy Hollow", ou "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça", um exemplo do imaginário mágico de Tim Burton.

Uma viagem mágica: Escócia

Maquilhagem mágica: well...... raramente uso, mas se vernizes forem considerados maquilhagem, muitos e de cores fortes para o pézito e um básico incolor para a mãozita :)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Um pedacinho do Brasil...

... vindo directamente da Noruega.



Eu desconhecia por completo a existência da Amburana, antes da Cláudia começar a falar dela no seu blog. Quando soube que ía receber estas lindas sementinhas comecei a pesquisar na net sobre esta árvore. A Amburana é uma árvore nativa da América do Sul, presente em vários países. No Brasil está presente principalmente no sertão nordestino. Tem diversos nomes mas aquele que acho mais interessante é amburana-de-cheiro, porque expressa o aroma perfumado das sementes e da madeira desta árvore.
No Brasil tanto a casca como as sementes são utilizadas pelas populações como remédios para vários males, desde a má digestão até problemas respiratórios. Adoro esta sabedoria popular e respeito-a muito. Parece então que esta árvore que resiste a climas muito secos tem várias qualidades.

Na culinária, a sua semente é utilizada como aromatizante. Assim, segui o exemplo da Cláudia e coloquei logo umas sementinhas num potinho de açúcar, para fazer "açúcar amburanado". Estão há menos de 24 horas no açúcar e há pouco quando levantei a tampa do potinho senti um perfume doce com uma intensidade que não estava à espera. É mesmo maravilhoso.

Nas minhas pesquisas pela net descobri no blog Come-se uma receita de gelado aromatizado com amburana. Pensei logo em fazer um gelado de amburana. Peguei numa receita de gelado de baunilha que tinha em casa e fui buscar umas coisinhas a uma receita e umas coisinhas a outra para fazer um gelado de amburana. Assim, usei:

160 g de açúcar
300 ml leite
12 sementes de amburana
2 ovos
2 pacotes de natas

Primeiro levei o leite a ferver com as amburanas. Deixei ferver um bocadinho, retirei do lume, tapei e deixei em infusão até arrefecer. Depois juntei as natas e levei outra vez ao lume para ferver, depois de ferver um bocadinho junta-se o açúcar e os ovos bem batidos. Deixei cozinhar, mexendo sempre, mais ou menos 8 minutos. Retirei do lume e arrefeci com banho-maria de gelo. Só nesta fase retirei as amburanas. Como não tenho máquina de fazer gelados levei directamente ao congelador. Deve mexer-se de meia em meia hora com uma colher para quebrar os cristais de gelo e ficar mais cremoso.


Adorei o resultado. Um gelado muito aromático, que lembra o gelado de baunilha mas é ainda melhor. O gelado de amburana foi degustado na varanda ao final da tarde e ali, por momentos, foi o melhor lugar do mundo.
Querida Cláudia, adorei brincar com as amburanas do teu Brasil. Muito, muito obrigada por partilhá-las.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Uma nova estirpe de portugueses


Nelson Évora conseguiu ontem mais uma medalha da sua já maravilhosa carreira. Dizem os pobres de espírito que uma medalha de Prata é uma desilusão. Dizem isso aqueles que nunca ganharam nada na vida, que nunca fizeram nada para ganhar, que não sabem o que é lutar, nunca desistir, encarar os desafios com a cabeça levantada. E depois querem que alguém vença uma medalha de ouro por si, para que quando se vá deitar não se sinta um completo falhado.

Nélson Évora ganhou uma medalha de prata valiosíssima. No Desporto, como na vida, não podem ser sempre os mesmos a ganhar. Philips Idowu, um atleta de grande capacidade, viu Nelson ultrapassá-lo e ganhar o ouro olímpico na China, agora foi a sua vez de ultrapassar Nelson. Existem muitos atletas com enormes capacidades no mundo, Nelson está entre eles, para mim isso chega-me. Ele faz parte desta nova estirpe de portugueses que não tem medo de nada, que acredita nas suas capacidades, que acredita no esforço e no trabalho árduo e que sabe que é bom, mas também não perde o maravilhoso sorriso do rosto por causa de um segundo lugar. E melhor de tudo, que abraça o "rival" e lhe dá os parabéns sentidos.
Os outros, os velhos do Restelo, são os velhos portugueses que nada fazem por Portugal, mas que exigem que os outros façam tudo.

Eu acho que este menino merece tudo. É boa pessoa, tem bom fundo, é um lutador, é talentoso, é o atleta mais bonito de Portugal ;) Está entre os melhores do mundo por mérito próprio. Já foi campeão mundial, já foi campeão olímpico, agora vice-campeão mundial na Alemanha. Obrigada, Nelson.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Será que eu vou ter gripe A?

É a pergunta que todos nós fazemos neste momento, nem que seja bem lá no fundo do inconsciente.

Ontem, o Director-Geral de Saúde, Francisco George, fez uma previsão de que 25% da população portuguesa será afectada pela Gripe A (H1N1), inicialmente conhecida por gripe suína. Neste momento os casos de gripe já passam de 1000, mas apenas três pessoas estão internadas em estado crítico. Aqui ainda não houve mortes, mas nos países da América do Sul, esta variedade do vírus da gripe já matou muita gente. É natural que as pessoas sintam esta ameaça e se preocupem.

Francisco George tentou tranquilizar a população, dizendo que 95% das pessoas que terão esta gripe não precisarão de internamento hospitalar e poderão ficar os cinco dias que dura a doença em casa. Os restantes 5% serão os casos em que a gripe atingirá pessoas já por si debilitadas com alguma doença crónica ou outro tipo de doença que tenha enfraquecido o seu sistema imunitário.


No meu local de trabalho toda a gente diz que nós não vamos escapar, trabalhamos num estabelecimento de ensino e quando chegar o Outono, vai ser o pico da epidemia nas escolas.

É possível. Sinceramente acho que não podemos entrar em pânico, acho que devemos tomar todas as precauções possíveis e, principalmente, acho que aos primeiros sintomas de gripe devemos ter muito cuidado para não propagar a doença. Acho incrível que algumas pessoas tenham a irresponsabilidade de saber que os seus filhos têm a doença e mesmo assim os levem para o infantário. É escandaloso e é crime público.


Mudando de assunto, gostam das minhas buganvílias? Fotografei-as ao final da tarde, já com pouca luz, mas dá para ver o seu colorido.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Casar = perder personalidade própria?


A Luciana, sempre a lançar temas interessantes no seu blog, inspirou-me a escrever sobre um tema que me põe os cabelos em pé. Felizmente, a Luciana é uma mulher que pensa por ela própria e que não deixou que isso mudasse depois do seu casamento. Mas nem todas as mulheres são assim. O que eu mais vejo por aí são mulheres que se anulam completamente depois do casamento.

Eu não sei o que lhes passa na cabeça no dia do matrimónio, mas elas transfiguram-se do dia para a noite e deixam de ser indivíduos que tratam da sua vida para passar a ser mulheres que não fazem imensas coisas que gostariam de fazer porque simplesmente o marido não gosta, ou não aprova, ou fica amuado e elas têm sempre que fazer as vontades todas aos seus maridos, mesmo que isso implique anular-se completamente como pessoa e passar apenas a ser a mulher de fulano.

É óbvio que numa relação temos que fazer cedências. Mas tem que haver cedências de ambas as partes e o que eu vejo são as mulheres a cederem em tudo para que os seus maridos não tenham que ceder nem um milímetro.

Um caso flagrante que até me arrepia os cabelos e me põe doente é o de uma amiga minha que deixou de sair com as suas amigas solteiras porque o seu marido não gosta. Ele acha que ela só deve relacionar-se com mulheres casadas e fica zangadíssimo quando ela sai com uma de nós ou até quando fala ao telefone connosco. Pergunto-me: do que é que ele terá medo? Será que tem medo que as amigas solteiras da sua mulher, (que óbviamente só podem ser umas depravadas senão eram mulheres casadas e honestas!!!) a levem para maus caminhos? Ou será que tem medo que ela fique com inveja da vida das amigas? Não sei. Só sei que em Portugal existem ainda muitos homens retrógrados escondidos por trás de uma fachada de homem moderninho. Só são moderninhos antes de casar, depois viajam no tempo até à época vitoriana e levam as suas mulheres com eles.

A mim o que me preocupa é que mulheres que antes eram independentes se sujeitem a estes disparates. Eu sei que cada uma leva a vida como quer, e se querem ser estupidamente submissas, sejam. Se querem anular-se como pessoas, estejam à vontade. Mas não me peçam é para andar a sair às escondidas dos maridos como se eu estivesse a cometer um grande pecado.

Andaram as mulheres a queimar sutiãs para isto!!! Haja paciência!

sábado, 8 de agosto de 2009

Flowers to my sister


Muito Parabéns e muuuuuuuuuuuuuuuitos anos de vida, paz, amor e prosperidade para ti, Cláudia.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Summer in the city

Tenho andado tão sem assunto! Acho que fui apanhada pelo bloqueio do mês de Agosto em Lisboa. Está toda a gente de férias, a cidade está meio vazia, consigo lugar para me sentar no metro, o meu local de trabalho está com menos de metade dos funcionários e isto tudo costuma fazer-me bem, mas este ano deixou-me um pouco bloqueada.

Tenho também andado a pensar no estado do país e da cidade. Convém que pensemos nisto em ano de duplas eleições, para tomarmos decisões conscientes. Inspirada nesta lista e nesta lista, vou fazer a minha lista do que não gosto em Lisboa e em Portugal. Não costumo ver as coisas pela negativa, prefiro quase sempre exaltar os aspectos positivos aqui no blog, mas hoje estou na disposição de dizer mal, que é aliás o passatempo preferido dos portugueses (risinhos irónicos)!

O que eu não gosto em Lisboa:

1- Para mim um dos maiores problemas da cidade é não haver uma política consistente de recuperação de património arquitectónico. Sejam os governantes autárquicos de esquerda ou de direita, esse aspecto nunca é uma verdadeira prioridade; recuperam-se alguns edifícios, lava-se a cara a outros tantos, mas falta um fio condutor. Por exemplo, a Baixa Pombalina tem dezenas de prédios degradados, abandonados, a necessitarem de urgente recuperação, e não só, todo o centro histórico da cidade padece desse mal. Este problema tinha que ser encarado com a gravidade que tem e criar-se uma política de reabilitação consistente e que durasse para além dum governo do PS ou do PSD.

Quando vejo um prédio antigo, bonito e com valor arquitectónico abandonado sinto uma vontade enorme de ser rica, muito rica, para poder comprar o imóvel e poder restaurá-lo. Dá dó ver a cidade a cair aos pedaços.

2 - Outro aspecto que me deixa de cabelos em pé em Lisboa é a sujidade das ruas: os cócós dos cãezinhos, o lixo por todo o lado, em suma a falta de civismo dos cidadãos e a incompetência dos serviços de limpeza municipais.

As pessoas adoram ter cães enfiados em apartamentos e quando os levam à rua para fazer o serviço são muito finas para pegarem numa luva e num saco de plástico para apanhar a necessidade do bichinho!! Faltam também wc's para cães, em toda a cidade só conheço um! Acredito que exista mais do que um, mas simplesmente não são suficientes.

As ruas raramente são lavadas, acho que não custaria se as ruas da cidade fossem lavadas pelo menos uma vez por mês, nos meses secos de verão. Vejam que eu não estou a pedir que as ruas sejam lavadas todos os dias como em Paris, ou sequer todas as semanas, eu peço apenas uma boa lavagem uma vez por mês no Verão. Será pedir muito? Será que acabaríamos com as reservas de água do país?

E sobre Lisboa, fico-me por aqui. Amo tudo o resto. A luz que nos ilumina quase todo o ano, o sol que nos aquece, o céu mais azul que eu alguma vez já vi, o casario (preservado), as igrejas brancas, a calçada com padrões (limpa) e tudo, tudo, tudo.


O que eu não gosto em Portugal:

1- A forma como se menospreza o sistema de saúde público. Vieram milhões da União Europeia e o que se fez com eles? Estradas e pontes. São muito úteis, na verdade, mas na minha opinião uma boa parte desse dinheiro devia ter sido gasta na saúde e na educação. Mas a educação fica para outro post. Quantos hospitais foram construídos? Quantos foram recuperados? Que eu saiba, muito poucos. Não existem centros de saúde, nem médicos de família para servir toda a população. Aliás ouvi ontem nas notícias que mais de um milhão de portugueses não têm médico de família. Nem um tostão foi investido na formação de médicos, agora temos que importar médicos de Espanha, médicos que muitas vezes não fazem um esforço para falar português para melhor comunicarem com os utentes. Havia tanto por fazer nessa área. Acho que esse é um dos grandes handicaps deste país.

E hoje fico por aqui. Cansei a minha beleza a dizer mal, e a minha lista só tem 3 itens...