sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Outono

Lá fora está frio, vento, chuva, as árvores estão quase todas despidas de folhas. Está tudo muito cinzento.

Sinto tanta falta do Verão nestes dias.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Deu a louca neles

Mas o que é que se passa com os homens casados? Andam todos doidos. Ele é casados de fresco, ele é casados há 3 anos, eles é casados há muuuuitos anos. Todos, sem excepção, estão loucos. Mas será que hoje em dia já ninguém respeita os votos que faz. Mas será que alguém os obrigou a casar? É que eles já não têm mesmo vergonhinha nenhuma. Eu não sou puritana, muito pelo contrário, acho que cada um faz o que quer da sua vida e quem sou eu para criticar. Mas comigo não, está bem? Será que eu tenho escrito na testa "desesperada por fisgar um homem casado"? Espero bem que não. É que para mim homem casado é igual a padre, eunuco, mulher, etc, etc! Entenderam?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Na Praia de Chesil

Há já algum tempo que não colaboro com a nossa Academia dos Livros, porque tenho andado a ler em inglês e não quis fazer citações nessa língua, pois sei que nem todos percebem o inglês literário. Assim, agora que li Ian McEwan em português, não hesitei em sugerir este pequeno grande livro chamado Na Praia de Chesil. É um livro pequenino que se lê facilmente num fim-de-semana ou mesmo num dia. A acção principal passa-se apenas nalgumas horas do dia do casamento de um jovem e inexperiente casal, no início dos anos sessenta. Como todos os livros de Ian McEwan é um livro perturbador que fala de amor, de humilhação, de ridículo, de sofrimento e duma trágica perda de inocência.
Deixo apenas um pequeno excerto para que possam apreciar a escrita deste grande escritor britânico e para que fiquem com mais um bocadinho de vontade de o ler:
"A brisa, que mudara de rumo, fazia entrar pela janela entreaberta uma sedução, um odor salgado de oxigénio e de vastidão que parecia contradizer a toalha de linho engomada, o molho engrossado com farinha de trigo e a prata bem polida que tinham nas mãos. Não estavam com fome, pois o almoço do casamento havia sido lauto e prolongado. Teoricamente, era a eles que cabia decidir se iriam abandonar os pratos, agarrar na garrafa de vinho pelo gargalo, correr para a praia, atirar ao ar os sapatos e exultar com a sua liberdade. Não havia ninguém no hotel disposto a detê-los. Finalmente eram adultos, em férias, livres de fazerem o que quisessem. Dentro de poucos anos esse seria o tipo de coisas que jovens banais fariam. Mas por agora, a época impedia-os. Mesmo quando Edward e Florence estavam sozinhos, mil regras não oficiais continuavam em vigor. Era precisamente por serem adultos que não faziam coisas infantis como deixarem a comida que outros se tinham dado ao trabalho de preparar. Aliás, era hora de jantar. Além disso, ser infantil ainda não era respeitável, nem estava na moda."

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

When Harry met Sally

Ontem revi este maravilhoso filme que não via aí há uns 8 anos. Este filme devia ser estudado na escola, devia ser obrigatório. É que este filme diz tantas verdades sobre homens, mulheres, relacionamentos, amizade, sexo e amor, que é quase um tratado. A sério. Até podia ser tema de tese de doutoramento.

Vi, revi, ri como há muito não ria, pensei onde é que eu já vi isto, e fiquei com vontade de ver outra vez.

PS: Claro que o título em português tinha que conter a palavra amor e tinha que ser estúpido:"Um Amor Inevitável". É que não tem mesmo nada a ver!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Gracias a la vida*

Criação artística de Ana Carolina, minha querida sobrinha
* Título de uma canção de Violeta Parra, que eu pura e simplesmente amo.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

McDoidos

Estes senhores da publicidade andam doidos. É que já nem pensam na saúde duma mulher, que pode muito bem ir parar ao hospital com um susto destes. Ía eu muito bem a andar na estação de metro do Campo Grande quando vejo lá ao fundo o próprio Patrick Dempsey em pessoa, elezinho mesmo, o Dr. McDreamy himself, com a sua fardinha azul e a sua batinha branca do Seatlle Grace Hospital. Ora o que é que uma pessoa pensa:

  • pronto já não vivo para fazer os 34, está-me a dar uma coisinha má;

  • é desta que enlouqueci;

  • ai, que eu estou cada vez mais pitosga

Mas não, não era nenhuma destas hipóteses. Foram mesmo os senhores da Fox Life que enlouqueceram de vez e puseram bonecos em tamanho natural do Dr. McDreamy nas estações de metro, para anunciar a 5ª temporada da Anatomia de Grey. Acho que desta vez exageraram um bocadinho, não é por nada...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A Residência Espanhola

Ontem estava tão desanimadinha, tão deprimidinha que resolvi ir até ao blockbuster buscar qualquer coisita que me animasse. Trouxe A Residência Espanhola de Cédric Klapisch que nunca tinha visto e diverti-me imenso com o filme. A história retrata aquele ambiente fantástico dos estudantes que vão para o estrangeiro através do Programa ERASMUS. Tive tantas saudades dos meus colegas de faculdade, daqueles sortudos que foram para Inglaterra, Alemanha e Polónia. Adorava conversar com eles quando voltavam, cheios de histórias para contar, sobre o país, sobre os outros colegas de vários países da Europa. E todos me diziam que por mais que vivessem nunca esqueceriam aquele ano passado a estudar fora.
Eu, como tirei o curso já tarde (entrei para a faculdade com 28 anos) e já trabalhava há muitos anos, não podia simplesmente largar tudo e partir à aventura. Mas bem que me apeteceu.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Help!

Alguém me sabe explicar como se faz para não permitir comentários só a um post. Eu sei que se pode fazer porque outros blogueiros às vezes não permitem comentários a um determinado post. Alguma alma caridosa mais entendida nas artes da informática e dos bloguitos me pode ajudar??? Pleeeeease.

domingo, 16 de novembro de 2008

Cristina

A doença, a inesperada doença que surgiu como um terrível soco no estômago. A velocidade com que esta atropelou tudo e todos. A espera, a terrível espera pela notícia que já se sabe que se vai receber, mas que no fundo não se quer receber nunca. O medo de que o telefone possa tocar. O medo de chegar ao hospital e ele já não estar vivo. Tudo isto eu compreendo. Tudo isto eu sofro quase como se eu fosse tu. Da minha boca só ouves palavras de encorajamento porque as outras não digo na esperança de que um abraço apertado to diga. Tudo isto tu sabes porque uma amizade de trinta anos já não precisa de palavras. Basta um olhar, basta uma mão na mão, basta um abraço. Estou aqui e tu sabes.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Em defesa dos louros

Robert Redford
Brad Pitt
Daniel Craig

Praticamente todas as mulheres que eu conheço não gostam de homens louros. E eu pergunto porquê, minhas senhoras, porquê?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Thirty Something

Quando ainda era uma miúda, vibrava com uma série que se chamava em português Os Trintões. Lembram-se? Era muito gira. Contava as aventuras e desventuras de um grupo de amigos de trinta e tal anos. Estava eu tão longe dos trinta. E isto vem a propósito de quê? É que hoje deu-me para reflectir sobre a idade.
Quando fiz trinta algumas pessoas um bocadinho mais novas perguntaram-me como é que tinha sido, como é que era ter trinta anos. Eu respondi que era exactamente igual a ter 29. Isto porque na altura não senti nenhuma mudança especial. É obvio que não é uma passagem definida para outra fase da vida. Não se apagam as velinhas e automaticamente somos outra pessoa. Isso não acontece assim. Mas agora, quase a fazer 34, já me sinto uma pessoa diferente, ou seja, sinto que os trintas já me trouxeram algumas coisas. Boas na sua maioria. Por exemplo:

  • já não me preocupo minimamente com o que os outros pensam de mim;

  • ganhei paz de espírito e uma tranquilidade interior que não tinha antes (será isto a maturidade?);

  • percebi que as oportunidades tem que ser aproveitadas, porque podem nunca mais aparecer;

E podia ficar aqui o dia todo, mas acho que já dá para ter uma ideia. Quase a fazer 34 estou tranquila. Não estou (por enquanto) horrorizada com o passar dos anos, sinto-me bem na minha pele, melhor do que quando tinha 24. Tirando o joelhito que de vez em quando começa a adivinhar chuva, sinto-me bem na pele de trintona! Uma amiga minha de 23 aninhos diz-me, "Ó querida, os trinta são os novos vintes!". E eu rio-me. Eu não quero ter vintes outra vez. Eu estou bem assim, nos thirty something.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Estou apaixonada...

pela escrita de Ian McEwan:

"Perowne sometimes wonders if, in his youth, he could ever have guessed that he would one day father a blues musician. (...) How have he and Rosalind, such dutiful, conventional types, given rise to such a free spirit?

(...)He likes the blues well enough - in fact, he was the one who showed the nine-year-old Theo how it worked. (...) But is there a lifetime's satisfaction in twelve bars of three obvious chords? Perhaps it's one of those cases of a microcosm giving you the whole world. Like a Spode dinner plate. Or a single cell. Or, as Daisy says, like a Jane Austen novel. (...) To see the world in a grain of sand."

Saturday, Ian McEwan


"Finally she rolls over to face him. This side of the human form exhales a communicative warmth. As they kiss he imagines the green eyes seeking out his own. The commonplace cycle of falling asleep and waking, in darkness, under private cover, with another creature, a pale soft tender mammal, putting faces together in a ritual of affection, briefly settled in the eternal necessities of warmth, comfort, safety, crossing limbs to draw nearer - a simple daily consolation, almost too obvious, easy to forget by daylight. Has a poet ever written it up? Not the single occasion, but its repetition through the years. He'll ask his daughter."


Saturday, Ian McEwan

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Rumor has it

Ouvi dizer que vem mesmo aí uma sequela. Será?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Anatomia de um casamento

Excelente o último episódio de Anatomia de Grey. Cristina e o seu casamento, que estava condenado a não acontecer, foram os grandes protagonistas.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Frutos da Terra



Os meus pais trouxeram estes frutos (e muitos mais) do Alentejo. As castanhas são de um castanheiro plantado pelo meu pai, e que é único naquela zona. Todos os que passam no quintal ficam loucos por ver um castanheiro no Alentejo, que é terra de Azinheiras e de Oliveiras. Os outros foram dados pelos vizinhos.
Resultado: Ao jantar um delicioso sumo de romã, depois umas castanhas cozidas e no fim-de-semana, se tiver pachorra, um bolo de nozes!
Eu que sou uma citadina, nascida e criada, adoro estes presentinhos a cheirar a campo.

Adenda aos 10 Mandamentos

11. Não aceitarás que o marido da próxima te cobice.

Nota: Mesmo que a "próxima" seja uma perfeita desconhecida.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O pecado da gula


No Sábado à noite passou na Fox Life o filme A Festa de Babette, de Gabriel Axel, um filme do qual já tinha ouvido falar muito bem, mas que nunca tinha visto. O filme é realmente muito bonito e interessante. Para quem não conhece, a acção decorre numa pequena aldeia da costa da Dinamarca, numa comunidade muito religiosa e austera na segunda metade do século XIX. No meio desta comunidade surge Babette, uma cozinheira francesa que procura refúgio em casa de duas irmãs, filhas de um pastor protestante já falecido. Babette fica 14 anos a trabalhar para as irmãs, cozinhando todos os dias papas de pão e bacalhau cozido, a única comida permitida pela austeridade da comunidade. Todos os anos um amigo francês de Babette comprava um bilhete de lotaria em seu nome e ao fim de catorze anos ela finalmente ganha 10 mil francos. Babette decide então cozinhar um verdadeiro jantar francês, ao estilo do restaurante de luxo onde um dia fora chef, para a comunidade da pequena aldeia. No dia em que se comemora o décimo aniversário da morte do austero pastor que guiava a comunidade, esta é brindada com um verdadeiro banquete que a princípio eles juram não saborear mas que no fim acaba por transformá-los. Comer bem não é pecado. Os sabores mágicos de Babette serenam a alma, enriquecem o espírito e aumentam o amor dentro da pequena comunidade que se une outra vez como um todo. Um filme tão simples e tão lindinho. Amei.