sábado, 30 de outubro de 2010

A árvore à beira do lago














"A Tree by the West Lake", do fotógrafo chinês Fu Yongjun, cidade de Hangzhou, China


Vi esta sequência de fotografias pela primeira vez na exposição do World Press Photo de 2008. Ficaram marcadas na minha memória de um modo estranho. Com certeza vi outras mais significativas, fotos de guerra, de sofrimento, de injustiças sociais, aspectos que precisam de ser denunciados e que por isso têm sempre destaque nestas exposições. Com certeza fiquei chocada, zangada ou revoltada com essas realidades mostradas nas fotografias, mas nenhuma ficou na minha memória como esta sequência. Esta sequência que só me transmitiu paz, e uma enorme serenidade.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Outono em Lisboa

Depois da tempestade,vem a bonança.







Depois da tempestade da manhã, ao final da tarde o sol voltou a brilhar e já era possível passear na baixa lisboeta.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

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Recadinho para mim mesma: stop whining.

Roubei daqui.

domingo, 24 de outubro de 2010

The soundtrack of my life 6

A banda sonora da minha vida neste momento:
All Out Of Love por Sara Lov (a segunda faixa da playlist)
Não sai da minha cabeça, nem do meu coração.

Os mercenários

Já aqui falei sobre o livro Comer, Orar, Amar. Na verdade não achei o livro nada de especial, mas há pequenos trechos com os quais me identifiquei profundamente. Um deles é quando a autora fala de dois mercenários que a visitam com frequência, a depressão e a solidão. A minha alma respirou de alívio, com aquela sensação única no mundo que é descobrir que alguém (mesmo alguém que não nos conhece) tem uma ideia do que é estar na nossa pele. Também na minha vida esses mercenários estão sempre à espreita e à mínima coisa impõem a sua presença tirana, devastadora, assassina. Não, não estou a exagerar. Eles são capazes de matar. Matam alegrias, ânimos, vontades e momentos que não voltam mais.

Quase ninguém compreende muito bem o que é sofrer de depressão crónica, associada a ansiedade social. Obviamente que ninguém sabe o que é estar na minha pele, nem eu sei o que é estar na pele dos outros. Mas apesar de óbvio, às vezes dói. A falta de compreensão da nossa situação provoca a maior solidão do mundo. Os outros não têm culpa de não nos entenderem; simplesmente não estão na nossa pele. Não compreendem que não estamos deprimidos e sós porque queremos, mas porque não conseguimos estar de outra forma, por mais que nos esforcemos. A luta é diária e constante e há muitos momentos em que sentimos que nunca vamos conseguir vencer os mercenários. Depois a esperança renasce, nem que seja apenas por um breve momento. E é isso que nos mantém vivos.

domingo, 17 de outubro de 2010

The Portrait of a Lady

The Portrait of a Lady de Henry James, sem dúvida um dos meus livros preferidos de sempre, já teve várias adaptações cinematográficas, mas eu nunca tinha visto nenhuma. Quando gostamos muito de um livro há sempre aquele receio de que a versão em cinema nos vá decepcionar. Seria impossível passar para cinema a excelência da escrita de Henry James, a minúcia descritiva, os deliciosos diálogos.


Por isso esperei tanto tempo para ver a versão de Jane Campion. Eu adoro Jane Campion, mas pensava sempre "será que ela conseguiu?".


Não devia ter esperado tanto tempo: o filme é maravilhoso. Jane Campion com a sua enorme sensibilidade e a sua perícia para captar as mais belas imagens oferece-nos um espectáculo deslumbrante do princípio ao fim.


Falo sempre no título em inglês, porque li o livro em inglês e também porque prefiro a sua sonoridade ao português "Retrato de uma Senhora". Esta senhora, é Isabel Archer, uma jovem americana que depois de perder os pais vai para Inglaterra viver com uma tia.

Ralph, primo de Isabel, apaixonado por ela, mas sabendo que nunca poderá tê-la devido à sua frágil saúde, convence o seu pai a deixar uma grande fortuna a Isabel. Ralph quer saber o que esta mulher intrigante e com coragem para recusar a proposta de casamento de Lord Warburton, fará da sua vida se tiver liberdade para a viver como quiser, ou seja, se tiver dinheiro. O que Ralph não pensou foi que deixaria a sua inteligente, mas inocente prima à mercê de pessoas fascinantes, mas sem um pingo de integridade.

O retrato de Isabel Archer é tão bem traçado por Jane Campion como pelo próprio Henry James. O retrato de uma mulher independente e inquieta, com uma enorme ânsia de conhecer o mundo, de viver a vida de forma intensa e profunda, que não quer cumprir as regras apenas porque tem que ser, que se sente capaz de ditar as suas próprias regras. O retrato de uma mulher que quer mais e mais, mas cuja inocência e pureza a tornam uma preza fácil para os manipuladores deste mundo e que acaba aprisionada num casamento infeliz com um homem maquiavélico.

No fundo um retrato dos seus desejos, das suas dúvidas, das suas forças e das suas fragilidades.

Na minha humilde opinião *****

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Antes e depois

Sabem aqueles pais que estão sempre a falar das gracinhas dos filhos? Às vezes chateiam um bocadinho, não é? Então e aqueles que falam dos sobrinhos?? Oops, confesso que pertenço ao grupo porque sou mesmo uma tia babada. Sou pior que muitos pais.

A minha sobrinha adora ver aqueles programas de transformações físicas, em que as pessoas chegam lá uns verdadeiros trambolhos e saem de lá umas verdadeiras estrelas de cinema. Diga-se de passagem que eu também gosto de ver e que vimos juntas muitos desses programas durante o verão. Eu sei, eu sei, não são os programas mais educativos do mundo, mas também não fazem mal a ninguém, pelo menos na minha opinião.

Depois de assistir a um desses programas ela pegou num pedaço de papel e começou a rascunhar qualquer coisa. Daí a pouco veio mostrar-me. Tinha feito um resumo do que ela achava ser necessário para uma boa transformação:



Gostei especialmente da coragem, do equilíbrio, da sensibilidade e do amor. Que crescida!
E as ilustrações são a cereja no topo do bolo. Escusado será dizer que guardei o papelinho e que o tenho guardado com outras preciosidades que esta miúda faz. Ela é mesmo fofa :)))

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ir é o melhor remédio


Sair, passear, andar por aí.

Seguir rio acima. Acompanhar o Tejo, sempre um bom companheiro.



Apreciar a beleza de um dia de Outono nas cores do rio e do céu.




Ir, é sem dúvida um dos grandes remédios para mim neste momento.

domingo, 3 de outubro de 2010

A melhor coisa do fim do verão?

As uvas. Principalmente quando são trazidas de lugares que amamos por familiares que nos trazem boas energias.


Este cacho gigante veio directamente da Beira Alta, mais precisamente das Boiçadas, um pedaço de terra que está na família da minha mãe há mais de quatro gerações. Doces e sem qualquer tipo de produto tóxico. São a coisa mais linda do mundo e uma grande compensação para os dias cinzentos que já começaram.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

É a vida!

Às vezes acho que sou muito mais resistente do que penso que sou. Tenho, apesar das minhas fragilidades, uma grande capacidade de aguentar. Vou aguentando, aguentando até atingir o limite. Estas últimas semanas estive muitas vezes perto do limite, mas consegui sempre levantar-me da cama e ir trabalhar. Resisti, mais uma vez.


Têm sido semanas loucas. Semanas com uma quantidade de trabalho absurda e que o meu cérebro fraquinho e fragilizado não consegue gerir. Primeiro estive a aprender um novo trabalho, a ensinar a uma colega o meu antigo trabalho e a fazer um outro trabalho que recentemente me foi atribuido. Ontem fiquei responsável pelo novo serviço, mas nem por isso deixei de ser a responsável pelos outros dois que fazia antes. Estou então a fazer o trabalho que antes era feito por três pessoas.


Não consigo contar as vezes que chamam o meu nome durante o dia para me falarem de três áreas diferentes, exigindo às minhas petites células cinzentas que mudem de foco constantemente. Quando estou a tentar concentrar-me num trabalho, chamam-me com urgência para outro. E é assim o dia todo. Enfim, não sei por quanto tempo o Tico e o Teco se vão entender. Mas estou espantada por ainda não ter cedido. Senti-me já muitas vezes à beira de um breakdown. Não conseguiria dizer isto melhor em português. Esta palavra inglesa é perfeita ao combinar as ideias de quebrar e cair. Estive quase a quebrar e cair, mas ainda estou de pé.


Para somar a isto tudo sinto o desânimo de estar a gastar o meu cérebro com um trabalho que não me dá qualquer tipo de prazer, só stress, problemas e uns tostões no final do mês. A minha licenciatura em tradução está cada vez mais na gaveta e em cima da secretária, estão contas, receitas e despesas, acidentes escolares e auxílios económicos, processos do SASE e cartões escolares.


Acho que dá para entender porque não tenho actualizado o blog nos últimos tempo, porque já sabia que desta situação só saíria lamúria atrás de lamúria.


Mas o que vale é que, como já dizia a Scarlett O'Hara, tomorrow is another day e felizmente é Sábado.