segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dois filmes


Sou fã incondicional de Clint Eastwood e apesar da temática de Hereafter - Outra Vida não me ser muito apelativa, fui ver porque tinha fé que sendo do Clint seria imperdível, mas lamentavelmente não achei nada imperdível. É um filme bem feito e filmado com bom gosto como sempre, mas não me convenceu. O tema da vida depois da morte não é definitivamente "a minha praia". O que mais me sensibilizou foi a história dos dois meninos gémeos e da sua mãe toxicodependente, grandes interpretações dos três actores.

Os actores Frankie McLaren e George McLaren

Saí do cinema sem saber muito bem o que pensar, com aquele gostinho de queria mais e esperava mais de Eastwood, mas nem mesmo um realizador de excepção como ele pode agradar sempre a uma cinéfila tão exigente como eu... just kiding :)



Também vi O Discurso do Rei de Tom Hooper, com Colin Firth e Geoffrey Rush em grandes interpretações. O filme é muito giro e está muito bem feito. Alia factos históricos de Inglaterra e da Europa a uma bela história de amizade entre dois homens muito diferentes, mas que aprendem a respeitar-se mutuamente. O rei Jorge VI era gago e tinha muitas dificuldades em fazer os discursos tão necessários à sua posição. Lionel Logue, um australiano "do povo" que se recusa a dirigir-se ao rei como your majesty ou sir e simplesmente o chama de Bertie, vai levá-lo a questionar as causas da sua gaguez e tratar tanto os seus problemas mecânicos da gaguez como as inseguranças por trás deles. Ao mesmo tempo torna-se o melhor amigo do rei.


Colin está cada vez melhor, está a tornar-se um excelente actor. Geoffrey Rush já há muito tempo que é um grande actor, aqui só o confirma.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Com que voz


Adorei o documentário sobre o compositor Alain Oulman, autor de muitos clássicos da música portuguesa, como por exemplo Gaivota, na minha opinião o mais belo fado de todos os tempos. Nicholas, o seu filho mais velho e realizador do filme, leva-nos por uma viagem que explica a história da família Oulman, a sua vinda para Portugal, o nascimento de Alain e de seus irmãos e de todo o seu percurso de vida, o casamento e os filhos, mas principalmente o seu amor à arte, à música e à literatura. O seu percurso profissional foi sempre duplo, enquanto trabalhava para o negócio da família durante o dia, compunha para Amália durante a noite. E foi através do trabalho inovador deste homem, que musicou sempre grandes poetas, desde Camões, até Alexandre O'Neill, passando por David Mourão Ferreira e tantos outros, que a música tradicional portuguesa deu um pulo em frente e se tornou maior na voz da nossa grande diva, Amália Rodrigues. Muito, muito bom. Vale a pena.