quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Nos Idos de Março


Moral da história:  na política ninguém consegue manter os escrúpulos por muito tempo, nem mesmo aqueles que tinham mesmo boas intenções. Nada que eu já não soubesse, claro. Mas o filme mostra-o de forma muito inteligente. Gostei muito. Não tinha ainda visto nenhum filme realizado por George Clooney, mas sem dúvida que com esta obra ele prova que é mais do que um actor charmoso, é também um realizador muito competente. Fiquei também surpreendida com Ryan Gosling, daqueles actores fabulosos que conseguem expressar milhões de sentimentos só com o olhar. Muito bom.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Fun is not overrated




Não, não estou a incentivar o uso de drogas leves, estou só a concluir que preciso de me divertir.

domingo, 13 de novembro de 2011

O eterno verão californiano

Conheci há pouco tempo o trabalho do pintor norte-americano Eric Zener e fiquei muito impressionada. O realismo quase fotográfico das obras é no mínimo surpreendente. Para quem não conhece e goste do género, ficam alguns trabalhos do autor.





quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Nuvens negras





Há dias em que o céu se torna negro e carregado em cima da nossa cabeça. Sentimos o peso do mundo nas nossas costas. Sentimos toda a pressão que temos cá dentro a querer explodir. Sentimos uma raiva maior do que nós, contra tudo e contra todos. Ontem foi um desses dias.
Hoje é hoje. E hoje o sol já dá o ar da sua graça.

domingo, 23 de outubro de 2011

We'll always have Paris


Viajar até Paris pelas mãos de Woody Allen é quase tão bom como estar lá. Ele mostra-nos, aquilo que nós já sabemos, que Paris é sempre maravilhosa, com sol ou com chuva, no presente ou no passado. E mostra-o de uma forma surpreendente, bonita e elegante, como sempre.
Meia-Noite em Paris é um filme inspirador. Os actores são excelentes, os diálogos inteligentes e bem-humorados e a história é  simplesmente genial.


Viajar até épocas que consideramos fascinantes é o sonho de muita gente. Um sonho que Woody Allen nos permite viver através do seu personagem principal. Não consigo deixar de simpatizar com Owen Wilson neste papel, é certo que ele apanhou alguns tiques de Woody Allen, mas isso não me chocou, parece que Allen se fez retratar a si próprio junto dos seus heróis e assim vemos não Owen Wilson, mas sim Woody Allen junto de Hemingway, de F.S. Fitzerald, Cole Porter, Picasso e muitos outros.

 
O ponto fulcral do filme é mesmo a velha questão de acharmos que a vida era melhor noutros tempos. Pessoas como eu, nostálgicas por natureza, tendem a olhar o passado com romantismo. E até a pensar como teria sido melhor viver noutras épocas. O filme desmistifica esta ideia de forma divertida e inteligente.

É claro que o presente é tudo o que temos e devemos fazer com que ele seja o melhor possível. A nossa época será talvez muito fascinante para pessoas que vivam daqui a 100 anos. Quem sabe? E nós estamos cá, por isso aproveitemos.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

E pronto, tenho que falar da crise


Sim, estamos falidos. Precisámos de pedir dinheiro ao exterior e agora temos de pagar. Até aí tudo bem.
Mas como é que vamos pagar? Ou melhor, quem vai pagar? Os mesmos de sempre. A "raia miúda", o povo e a classe média, que de média qualquer dia já não tem nada. Tiram-nos os subsídios, cortam-nos os ordenados, sobem os impostos, sobem os preços de bens essenciais como a electricidade e os transportes.
E depois pedem-nos para poupar, para ter poupanças nos bancos e também para ter muitos filhos porque o país precisa de gente. Mas será que estão a querer fazer de nós completos idiotas?


As reformas estruturais que deviam ser feitas no Estado, essas ninguém as quer fazer. Claro. Essas reformas podem incomodar uns quantos poderosos e isso seria uma grande chatice. Podem acabar com o tacho de alguns amigos que financiam as campanhas dos partidos e isso seria um grande aborrecimento.
Quem vai ter coragem para acabar com as muitas fundações que sugam milhões ao estado e não dão nada de volta ao país? Quem vai ter coragem de cortar também nas pensões vitalícias de antigos titulares de cargos públicos? Quem vai ter coragem de pôr toda a gente a pagar IRS, principalmente aqueles que ganham milhões e declaram o mínimo possível?

Perguntas que têm ficado e ficarão sempre sem resposta. Porque a nossa democracia está podre.
Neste momento desejava que os portugueses se unissem e exigissem que todos, mas todos mesmo, os responsáveis por colocar o país nesta situação fossem levados a tribunal, tal como foi o antigo primeiro-ministro da Islândia, essa sim uma democracia saudável e de fazer inveja ao nosso país em colapso.

Não tenho nenhuma esperança neste país neste momento, nenhuma.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A série do momento

 Downton Abbey. Que grande série. Que grandes actores. Que diálogos fabulosos. Muito bom.

The Help: o batalhão de criados de Downton Abbey (entre eles o excelente actor Jim Carter)


Maggie Smith, é preciso dizer alguma coisa?


Michelle Dockery


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Há dias felizes

Big mamma já está em casa e agora vai ser muito, muito, muito, muito mimada por todos nós.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A vida como ela é

Quando uma pessoa muito próxima tem um problema de saúde grave, tudo o resto desaparece e vemos como são fúteis todos os "problemas" que nos chateiam e preocupam no dia-a-dia. A única coisa positiva que se retira de um problema grave é poder colocar as coisas em perspectiva e ver o que realmente interessa: a saúde e o bem estar de quem amamos.

A melhor mãe do mundo (a minha, claro)

sábado, 10 de setembro de 2011

Refreshing Sounds

Descobri  a cantora americana Thao Nguyen com esta música  usada no genérico da divertida série australiana Offspring.

Ela e o seu grupo Thao with The Get Down Stay Down fazem músicas com um som diferente e divertido e com letras nada óbvias ao contrário da maioria das canções que ouvimos por aí.

Bag of Hammers é a que não me canso de cantarolar no momento:



"(...)And I won't ask to come in,
'Cause I have sold everything
Still I have, have got some manners"

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A glimpse of Lisbon (5)



Podia ser uma foto de qualquer lugar do mundo, não podia? Não há nela nada característico de Lisboa.
A não ser talvez o céu absolutamente azul e o sol a fazer brilhar os prédios.
E os pinheiros mansos. E o Tejo.
Parece que afinal só podia ser Lisboa. E é.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A Erva Canta

Doris Lessing

Tenho que confessar que não conhecia Doris Lessing antes de esta ter ganho o Prémio Nobel da Literatura em 2007. Nunca tinha ouvido falar da autora ou do seu trabalho, por isso, e porque há poucas mulheres laureadas com este prémio, fiquei com vontade de ler algo dela. Isso só aconteceu agora graças à minha irmã que requisitou na biblioteca de Alverca este livro para eu ler. A biblioteca do meu bairro (foto abaixo), apesar de ser uma das mais bonitas da cidade, não tem grande variedade e não tinha nenhum livro de Doris Lessing.

Biblioteca Municipal de São Lázaro
Não pedi à minha irmã nenhum livro específico, qualquer um de Doris Lessing servia. O engraçado é que ela trouxe o primeiro que a autora publicou,  A Erva Canta (The Grass is Singing) e não há melhor do que começar pelo princípio. A obra foi publicada em 1950 e a ação decorre na África do Sul. Ouro sobre azul: tenho um fascínio enorme pela história desse país complexo que é a África do Sul e como o livro foi publicado precisamente dois anos depois de ter tido início a política do Apartheid agarrei-me a ele e já não consegui parar mais. Foi um livro de leitura quase compulsiva.


A política do Apartheid começou oficialmente em 1948, mas a segregação racial sempre esteve muito presente neste território, mais ainda do que em qualquer outro território africano colonizado por europeus. (Será que houve algum pedacinho de África onde o colonizador europeu não tenha metido o bedelho? Acho que não.) Quando não eram os britânicos eram os Boers. A ambos os povos servia colocar o negro quase ao nível do animal, para se preservarem cultural e economicamente.

E é nesse contexto que entramos em contato com a comunidade britânica rural da África do Sul, no seio da qual decorre a acção. O livro é muito intenso a vários níveis. Primeiro porque mostra cruamente a "relação branco/negro" e depois porque a forma como a autora entra dentro dos personagens e nos conta os seus mais íntimos sentimentos, medos e loucuras é verdadeiramente poderosa.

Tenho que dizer que o livro começa por contar o fim da história, mas esse facto em vez de ser desencorajador da leitura, só nos dá mais vontade de descobrir como isso aconteceu. A autora tem uma grande mestria em manter a curiosidade do leitor que lê cada vez mais compulsivamente para descobrir como tudo se passou.


Não vou contar o enredo, apenas deixar um pequeno excerto para aguçar o apetite:

"(...) Falava como se não houvesse a mínima hipótese de recusa; ficara tão chocado que até esquecera os seus interesses pessoais. Nem mesmo estava a ser movido por pena de Dick. Estava a obedecer aos ditames da lei número um da África do Sul branca, que diz: "Não deixarás qualquer outro branco descer abaixo de certo ponto porque, se o fizeres, o preto poderá ver que não és melhor do que ele." Na sua voz soava a mais forte emoção de uma sociedade fortemente organizada, o que veio tirar a Dick qualquer hipótese de resistência. Porque, no final de contas, ele vivera naquele país toda a sua vida; estava minado pela vergonha; sabia o que era esperado da sua parte e sabia também que tinha falhado. (...)"

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A glimpse of Lisbon (4)


Foto tirada numa solarenga tarde de Julho.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ditadura da Beleza


Não sou fã de Lady Gaga. Aliás, já passei da idade de ser fã de quem quer que seja. Ou gosto ou não gosto de um artista e não gosto do trabalho de Lady Gaga, mas arrepia-me ouvir e ler por todo o lado quem a critique por ser feia. FEIA! Não a criticam por não gostar da música dela, ou por não apreciar a estética duvidosa dos seus vídeos ou mesmo as roupas "originais"  que ela veste. Criticam-na por ser feia.
Claro, porque uma mulher não pode ser feia. Uma mulher não pode ser feia e ter sucesso e principalmente uma mulher não pode ser feia e ser uma estrela.
Esta atitude mesquinha, vinda principalmente de mulheres, é que eu acho muito feia.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sabemos que as pessoas não têm nada a ver connosco quando...

... tratam o seu filho de 4 anos por você.

NOTA: Isto só faz sentido em Portugal.

domingo, 7 de agosto de 2011

Vinho Mágico


Gosto da escrita de Joanne Harris. Com este, já li quatro livros da autora e nenhum me decepcionou. É uma escrita envolvente, quase sempre cheia de sabores e aromas. As suas histórias têm sempre também um toque de magia, "a magia do dia-a-dia" como diz Joe, o apaixonante personagem que no seu pequeno quintal cultiva ervas aromáticas, bagas, legumes e árvores de fruto tudo isto regado com muita alquimia. A magia de Jackapple Joe, como é conhecido, as suas sementes raras, os seus vinhos especiais, as suas histórias fascinantes tocam de modo profundo a vida de Jay, o personagem principal, quando este ainda era um menino. Ao longo de 20 anos Jay viverá assombrado pelo passado, pelos três verões passados com Joe e pelo seu súbito desaparecimento. Terá que largar tudo, ir para França e pôr em prática tudo o que Joe lhe ensinou para fazer as pazes com o passado e reencontrar a harmonia perdida quando Joe saiu da sua vida.

Com este livro retomei um hábito antigo, o de ir à biblioteca. A biblioteca é dos espaços mais democráticos que existe. E depois temos a magia do dia-a-dia: quantas pessoas este mesmo exemplar já fez feliz? Quantas pessoas já se emocionaram, já riram e já choraram com este livro nas mãos? Não é mágico?

sábado, 6 de agosto de 2011

My cat's new favorite place





Acho que não há um centímetro desta casa que ela não tenha ainda explorado. Só lhe faltava mesmo o cesto dos papéis.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sobre o dinheiro dos outros

Esta "miúda" de 24 anos sabe o que diz.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Em passeio...





Há qualquer coisa nas cidades pequenas que me encanta. Tomar, por exemplo, é uma daquelas cidades adoráveis. Bonita, pequenina, bem cuidada. As pessoas têm orgulho na sua terra, pintam as fachadas das casas para a Festa dos Tabuleiros, deixam a sua cidade bonita e toda engalanada para receber os visitantes.





Sinto falta desse amor pelo espaço público que não existe em Lisboa, onde cada um só quer saber do interior da sua casa.

domingo, 17 de julho de 2011

Presentinho bom

Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça...


Quando cheguei a casa na terça-feira vi um pacote que tinha a cara da Claudia, mas foi tão inesperado que não queria acreditar. Foi surpresa e das boas.


Dentro do pacote um presentinho embrulhado com todo o cuidado, com lacinhos charmosos, a coisa mais linda!


E dentro do embrulho um potinho de baunilha moída da melhor qualidade. Que maravilha.


Claudia, você não pára de nos surpreender. Muito obrigada, amiga.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Lisboa

Vejam as magníficas fotos que o Bergamo tirou por aqui. Lisboa vista pelos olhos de um paulistano. Muito interessante.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Só rindo



Outra série imperdível é Raising Hope. Os atores são maravilhosos, a história deliciosa e as situações hilariantes.
Só mesmo eles para me fazerem esquecer o corte no Subsídio de Natal e os preços a subirem todos os dias :)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

:(

Chuva e trovoada. Lá se vai o meu fim-de-semana de praia.

O facto mais marcante dos CENSOS 2011

2001: 93 homens para cada 100 mulheres

2011: 92 homens para cada 100 mulheres

2011

Homens             Mulheres

47,9%                 52,1%

Mais um produto que vamos ter que importar: homens.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

I love Cam

A série Uma Família Muito Moderna (Modern Family) é uma das que mais gosto de ver actualmente. Rir faz tão bem à alma e estes personagens maravilhosos fazem-me rir à gargalhada. Cam, é sem dúvida um dos meus preferidos. Aqui  a expressar o seu imenso amor por Meryl Streep :) :) :)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Vamos ao cinema?


Cinema Paraíso, Giuseppe Tornatore

Depois dos livros, os filmes. Quando participámos no questionário sobre livros, a Moira sugeriu que poderíamos fazer uma coisa parecida com cinema. Achei a ideia interessante e comecei a pensar num questionário sobre os filmes que nos marcaram.
Quem quiser levar, esteja à vontade. E mesmo se quiserem fazer alguma alteração ou acrescentar alguma pergunta que achem pertinente, façam o favor :)


1. Existe um filme que nunca te canses de ver?

Nunca me canso de ver África Minha (Out of Africa), de Sydney Pollack, com os maravilhosos Meryl Streep e Robert Redford (lindo de morrer neste filme).

2. Algum filme te fez abandonar a sala de cinema a meio da sessão?

Sim. Fui ver Veludo Azul (Blue Velvet) de David Lynch com a minha irmã e lembro-me que saímos a meio do filme. Eu era muito novinha e acho que a minha irmã achou que era demais para mim, rsrs

3. Se escolhesses um filme para ser o filme da tua vida, qual seria ele?

É difícil escolher, mas talvez O Piano, de Jane Campion.

4. O que achas do cinema nacional?

Apesar de admirar imenso Manoel de Oliveira, um homem com uma carreira magnífica, premiada e longa (o senhor tem 102 anos e ainda filma), não consigo gostar dos filmes dele. Vi apenas dois, mas apesar de terem uma estética interessante são na minha opinião muito lentos e essa quase ausência de acção não me entusiasmou a ver mais nenhum.
Confesso que o cinema português não me faz muito ir ao cinema, por isso talvez tenha perdido obras bastante interessantes, como me disseram ser O Filme do Desassossego, de João Botelho. Vou tentar mudar a minha atitude.

Cinema Paraíso, Giuseppe Tornatore
 5. Qual a cena mais bela e inesquecível que alguma vez viste num filme?

Em Cinema Paraíso, a sequência das cenas censuradas no passado e, como não podia deixar de ser, a cena do passeio de avião em África Minha.

6. Qual o ator ou atriz que te faz ir ao cinema?

Não perco um filme com Meryl Streep. Adoro-a. Mas há imensos atores que me levam ao cinema como Paul Giamatti, Ralph Fiennes, etc.

7. Tens algum autor/realizador preferido?

Gosto muito da humanidade de Clint Eastwood, do sentido de humor e da visão do mundo de Woody Allen, da sensibilidade de Jane Campion e tantos outros.

Cinema Paraíso, Giuseppe Tornatore
 8. Indica alguns dos teus filmes preferidos.

Um dos meus filmes preferidos de sempre é Uma História Simples (The Straight Story) de David Lynch, quando ele deixou de lado aquele seu surrealismo tão característico e se centrou no essencial. Lindo, lindo de morrer. Na minha lista também cabem O Piano, de Jane Campion e As Pontes de Madison County, de Clint Eastwood e Cinema Paraíso de Giuseppe Tornatore.

9. Qual o último filme que viste?

No cinema A Minha Versão do Amor (Barney's Version). Em casa um filme de 1983, Os Amigos de Alex (The Big Chill). Adorei ver o Kevin Klein tão novinho.

domingo, 19 de junho de 2011

O Navio




O Navio vem chegando ao cais
E com ele chega-me a saudade
Das terras quentes que percorri em sonhos,
Do mar morno em que tantas vezes me banhei

O Navio está cada vez mais próximo,
Mas a minha alma voa agora para longe,
Para destinos perdidos, que sinto como meus.
Terão sido meus um dia?

Viajo neles como em mim.
Só lá me encontro,
Só lá conheço o calor de ser eu.
Sei que estive lá um dia,
Sei que pisei aquele chão.

De novo voltarei a descer em ti
Terra de festa e de alma quente
Que canta o canto da vida.
Talvez, quem sabe, levada por um navio.

Escrevi este "poema" com a idade de 21 anos.  É engraçado voltar a ele e ver a menina de 21 anos que fui. Enquanto crescia e até aos vinte e poucos anos costumava dizer que não devia ter nascido na Europa, mas sim em África ou no Brasil. O fascínio que sentia por essas terras era enorme e isso está bem refletido no texto. Existia em mim uma forte certeza de que só lá conseguiria ser feliz e completa.
Nestas linhas estão presentes também aquelas características da minha personalidade que acabariam por me fazer mais mal do que bem, o sonho, a vontade de evasão, o "só estou bem onde não estou", que levaram a muitos e muito anos de insatisfação. O que eu queria na verdade era fugir de mim e não sabia.

Agora acho que o lugar onde se nasce não tem na verdade muita importância e que ser feliz e completo está mais dentro da nossa cabeça do que em tudo o resto que gira à nossa volta, sejam lugares, bens ou carreiras. O fascínio por estas terras não desapareceu, apenas se transformou numa simples vontade de visitar lugares maravilhosos. Agora não espero que nenhum lugar do mundo me mude, me traga felicidade ou a sensação de ser completa. Isso terei que ser eu a encontrar dentro de mim e em mais nenhum lugar do mundo.
E o melhor de tudo é que vejo, que 15 anos depois, finalmente estou a conseguir encontrar.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Livros, livros e mais livros

Henry Lamb, 1933

A querida Cenourita desafiou-me para responder a um questionário sobre leituras e eu como adoro livros não me fiz rogada.

1. Existe um livro que leias e releias várias vezes?

Na verdade dois, bastante diferentes um do outro. O Monte dos Vendavais, a  história de um amor maior do que a vida, escrita com as entranhas por Emily Brontë e Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, uma história que nos mostra como as primeiras impressões podem ser enganadoras, escrita com uma mestria maravilhosa para retratar uma época, uma sociedade, um país e as suas fortes clivagens sociais.
Já li ambos 4 vezes e de vez em quando lembro-me de uma parte ou outra e vou relê-la.

2. Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?

Os de António Lobo Antunes, simplesmente não consigo passar da segunda página. Nada contra o autor, o problema é mesmo meu.

3. Se escolhesses um livro para o resto da tua vida, qual seria ele?

Impossível escolher apenas um.

4. Que livro gostarias de ter lido mas que por algum motivo nunca leste?

Quero muito ler O Amor em Tempos de Cólera de Gabriel Garcia Marquez. Talvez seja o próximo. Mas tenho que confessar que agora estou numa fase de "Scandicrime", ou seja policiais escandinavos. É o  meu novo vício e talvez intercale um scandicrime entre os dois Nobel :)

5. Que livro cuja "cena final" jamais conseguiste esquecer?


Gostei muito do final de Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marquez, é inesquecível.

6. Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual o tipo de leitura?

Sempre gostei muito de ler e felizmente tinha muitos livros em casa. Quando era mais pequenina não largava a Gata Borralheira, adorava contos de fadas e princesas e claro os livros da Anita. Mais tarde devorava todos os livros da minha irmã da coleção Os Cinco, de Enid Blyton e a minha prima Fernanda fez-me a coleção toda de Uma Aventura de Ana Luísa Guimarães e Isabel Alçada, que eu adorava.

7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?

Sinceramente não me obrigo a ler livros que não gosto. Acho que a leitura deve ser um prazer e não um frete. Quando não gosto ou não consigo ler ponho de parte.
Felizmente sempre gostei dos livros de leitura obrigatória na escola e na faculdade por isso não me posso queixar.

8. Indica alguns dos teus livros preferidos.

O Deus das Pequenas Coisas de Arundhati Roy, Do Amor e de Outros Demónios de Gabriel Garcia Marquez, O Tempo e o Vento - O Continente de Erico Verríssimo, Os Maias de Eça de Queiroz, A Letra Escarlate de Nathaniel Hawthorne, para dizer apenas alguns.

9. Que livro estás a ler neste momento?

 Travessuras da Menina Má, de Mario Vargas Llosa.


Sintam-se todos desafiados para falar um pouco sobre os livros da vossa vida.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A minha versão


Adoro Paul Giamatti. Gosto da imagem dele tão diferente das típicas estrelas de cinema. Gosto da forma maravilhosa como dá vida a personagens "normais" e precisamente por isso, riquíssimos. Ele nunca é o galã, ele nunca é o herói, ele nunca é o príncipe que a menina sonhadora acha que encontrou, ele é sempre o homem comum, muitas vezes o looser, ou o tipo azarado que não tem sorte na vida nem no amor.


Em Barney's Version é também um tipo comum, com defeitos e qualidades. Não é certamente o príncipe encantado, mas também não é o sapo. Pura e simplesmente não é perfeito, mas quem é? Comete um erro e paga por isso, como tem de ser. Quantos safados cometem mil erros e nunca pagam por isso? Esses, os que se safam sempre, por mais porcarias que façam, os espertos desta vida, esses é que são os verdadeiros sapos.


O título em português não poderia deixar de ter a palavra amor, claro, assim ganhou o nome de A Minha Versão do Amor. É impressionante a quantidade de vezes que a versão portuguesa acrescenta a palavra amor a um título original. Só posso deduzir que o amor vende muito em Portugal.
Mas o filme não é só sobre o amor, isso seria muito redutor, o filme é também sobre escolhas, erros, tropeções da vida, acidentes de percurso, a doença e a importância das ligações familiares e sociais.
Em suma, gostei de rever o meu amigo Paul, num dos seus papéis de gente comum, os melhores e os mais interessantes, na minha humilde opinião.

domingo, 8 de maio de 2011

Dar graças

Não sou de maneira nenhuma fanática da cultura americana, mas sempre admirei a celebração do Dia de Acção de Graças. Acho bonito que o feriado ou a festividade mais importante para um povo seja um dia em que se dá graças pelo que se tem.

Hoje senti uma vontade muito grande de dar graças pelo que tenho. Vontade e necessidade.


Dou graças pela minha mãe, pela minha irmã, pela minha sobrinha. Dou graças pela minha amiga A. Dou graças pelo sol, pelo céu azul, pelas nuvens brancas de algodão. Dou graças pelas flores que nascem  nas pedras. Pelas árvores que chegam ao céu.
Dou graças pela vida.

sábado, 9 de abril de 2011

Uma varanda








Uma varanda num dia de Abril