quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Exótico Hotel Marigold

Ontem vi um filme bonito e enternecedor, daqueles que nos fazem sair do cinema bem dispostos e de bem com a vida. O Exótico Hotel Marigold (The Best Exotic Marigold Hotel no original), um filme com actores maravilhosos que dão vida a personagens riquíssimas.
Um grupo de reformados ingleses decide ir para a Índia passar a sua idade de ouro na tranquilidade do Exótico Hotel Marigold. Alguns chegam desiludidos, outros desanimados, outros ainda querendo provar que nada mudou nas suas vidas, mas as experiências por que vão passar fazem com que percebam que a vida ainda tem muito para lhes dar, mesmo que seja de forma diferente do que eles estavam à espera.


O filme brinca com os estereótipos sobre os britânicos e os  indianos e provoca-nos uma boas gargalhadas, mas tem também muitos momentos que convidam à reflexão, principalmente sobre o envelhecimento. Estar vivo nem sempre é sinónimo de sentir-se vivo e uma coisa é certa e comum a todos os seres humanos, todos nós nos queremos sentir vivos, seja qual for a nossa idade.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

O Ano do Dilúvio

O Ano do Dilúvio, (The Year of the Flood no original) mais um livro interessantíssimo de Margaret Atwood.


Num futuro próximo o mundo é governado por gigantescas corporações que levaram ao extremo características como o calculismo, a frieza e a insensibilidade na gestão da vida do cidadão. A destruição do meio ambiente levou à extinção de muitas espécies e à poluição severa. O conhecimento científico foi colocado ao serviço dos caprichos dessas mesmas corporações que criaram seres híbridos de toda a espécie, tanto animais como vegetais.
Uma pandemia desenvolvida por uma das corporações ganha mais força do que era esperado e dizima a emagadora maioria dos seres humanos. Restam alguns, mas irão eles resistir àquilo com que se deparam, à mais recente e louca criação de uma corporação?

Só vos digo que é um livro muito actual, que espelha os problemas que mais afligem o Homem hoje em dia e que mostra como pode ser o mundo daqui a uns anos se continuarmos por este caminho. Uma crítica assumida às grandes corporações, a todas as formas de totalitarismo, à destruição do ambiente e da natureza, tudo isto envolvido por uma história que mantém o interesse até ao fim. Muito bom.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Não guardem tudo aí dentro


Quando guardamos ideias ou sentimentos cá dentro por muito tempo e não os partilhamos com ninguém, essas ideias ou sentimentos podem ganhar um poder desmesurado sobre nós. Podem ficar maiores do que realmente são. Podem ganhar forma de monstro de duas cabeças. Às vezes basta dizê-lo a alguém que nos ouça e essa coisa que era enorme e ocupava muito espaço na nossa cabeça fica pequena e sem importância. Falar, partilhar, combater a vontade de se fechar sobre si próprio pode ser muito libertador e pode também trazer muita paz.

"-Sou a Ren... lembras-te? Só quero que saibas que me partiste o coração, mas, seja como for, estou feliz por estares vivo.
Agora que o disse, há alguma coisa pesada e sufocante que sai de cima de mim, e sinto-me verdadeiramente feliz."

Margaret Atwood, O Ano do Dilúvio