terça-feira, 18 de outubro de 2011

E pronto, tenho que falar da crise


Sim, estamos falidos. Precisámos de pedir dinheiro ao exterior e agora temos de pagar. Até aí tudo bem.
Mas como é que vamos pagar? Ou melhor, quem vai pagar? Os mesmos de sempre. A "raia miúda", o povo e a classe média, que de média qualquer dia já não tem nada. Tiram-nos os subsídios, cortam-nos os ordenados, sobem os impostos, sobem os preços de bens essenciais como a electricidade e os transportes.
E depois pedem-nos para poupar, para ter poupanças nos bancos e também para ter muitos filhos porque o país precisa de gente. Mas será que estão a querer fazer de nós completos idiotas?


As reformas estruturais que deviam ser feitas no Estado, essas ninguém as quer fazer. Claro. Essas reformas podem incomodar uns quantos poderosos e isso seria uma grande chatice. Podem acabar com o tacho de alguns amigos que financiam as campanhas dos partidos e isso seria um grande aborrecimento.
Quem vai ter coragem para acabar com as muitas fundações que sugam milhões ao estado e não dão nada de volta ao país? Quem vai ter coragem de cortar também nas pensões vitalícias de antigos titulares de cargos públicos? Quem vai ter coragem de pôr toda a gente a pagar IRS, principalmente aqueles que ganham milhões e declaram o mínimo possível?

Perguntas que têm ficado e ficarão sempre sem resposta. Porque a nossa democracia está podre.
Neste momento desejava que os portugueses se unissem e exigissem que todos, mas todos mesmo, os responsáveis por colocar o país nesta situação fossem levados a tribunal, tal como foi o antigo primeiro-ministro da Islândia, essa sim uma democracia saudável e de fazer inveja ao nosso país em colapso.

Não tenho nenhuma esperança neste país neste momento, nenhuma.

4 comentários:

chica disse...

Justa tua indignação.A coisa é triste mesmo,não??? beijos,chica

Noémia disse...

-Quem vai ter coragem? Quem vai ter coragem?
-"NInguém"!
É a versão moderna da tragédia. Ainda se ao menos as medidas fossem para todos!:(

Beth/Lilás disse...

Isabel!
Menina, estas coisas me fizeram lembrar de um tempo não muito distante aqui no Brasil, parece o mesmo filme.
Só posso lhe dizer que um dia tudo muda, pois acabou por mudar aqui também, pelo menos nesta parte financeira, no entanto outros débitos continuam altos, como a saúde e educação.
Espero dias melhores para seu lindo país.
beijos cariocas

Dani disse...

Pensando em um contexto histórico mais amplo, a Europa está agora a passar por um período do decadência, depois de ter estado no topo. Está economicamente estagnada, e a ganância dos bancos, que desencadeou essa crise relativamente global, a colocou em uma situação muito complicada. É parte de um movimento cíclico, e é nessas situações que as pessoas poderiam reiventar o sistema. Mas não, esperam dos políticos. Acho que seja em Portugal ou em qualquer lugar, temos de entender que políticos nunca trarão ssoluções duradouras. Políticos são fantoches das grandes entidades financeiras. A política nada mais é do que a negociação em prol dessas entidades. O bem estar social é só uma fachada. Sou céptica.
Beijos, espero que as coisas tenham acalmado por aí.