quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sabores de Itália

Palatino e Forum Romano

Eu cheguei de Itália com a mala carregada de produtos italianos: azeite, vinagre, vinho, biscoitos e, claro, massas. Não é que eu não pudesse comprar essas coisas aqui, numa loja especializada, mas seriam muito mais caras. E trazidas directamente de Itália têm outro charme! Trouxe uma massa maravilhosa, que comprei no mercadinho de Campo di Fiori, Taglionila al basilico, que trazia na embalagem algumas sugestões de receitas. Este domingo, almoço de família, resolvi fazer para mim e para a minha irmã, uma vez que os outros não são fans de comida italiana e comeram um belo "rancho" feito pela minha mãe.

A receita escolhida foi Tagliolina alla Contadina.
Ingredientes:

200 gr de tagliolina al basilico
uma beringela
duas courgettes (abobrinhas)
80 gr de bacon aos cubinhos
meia cebola
alho
salsa
vinho branco
azeite
sal
queijo Grana Padano ralado


A receita, como é óbvio, vinha em italiano e eu vi-me grega para perceber tudo! Algumas palavras fui ver às excelentes ferramentas de tradução on-line que utilizo no meu trabalho de tradução, mas outras coisas não deu. Tive que apelar à autora do blog La Cucinetta, para me traduzir algumas coisas. E ela simpaticamente colaborou. A receita vinha muito abreviada e eu tive que inventar um bocadinho, nas quantidades de vinho e de azeite. Mas lá se fez e estava muuuuuuuito boa.

Cortar a beringela e as courgettes aos cubinhos, retirando a parte interior. Numa panela leva-se ao lume o azeite, a cipolla e l'aglio. Junta-se a salsa e os legumes cortados. Junta-se depois o bacon, rega-se com meio copo de vino bianco e deixa-se evaporar. Ultimar a cozedura a fuoco lento. Cozer a pasta al dente, escorrer e versare nelle verdure e saltare a fuoco vivo. Polvilhar com queijo e servir.
Perceberam tudo? Eu só deixei em italiano as partes mais fáceis de entender kkkkkkkk

A língua italiana é muito bonitinha, não é?

E assim, vou aproveitando para matar saudades de Roma.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Portugal Profundo

Agora que comecei a brincar com as colagens do Picasa (obrigada pela dica, Cláudia), não quero outra coisa. Nesta colagem, está o último burrinho da aldeia do meu pai. Adoro burros, acho tão triste eles estarem em vias de extinção. Este apesar de velhinho ainda é muito útil ao seu dono, o Luizinho, que como o meu pai diz, é um rapaz da idade dele, ou seja tem 75 anos!
Depois as papoilas, existe algo mais típico do Alentejo na Primavera do que os campos salpicados de papoilas?

Desculpem se não tenho andado a comentar nos vossos cantinhos como queria, mas ando sem tempo para blogar. Tradução, tradução e mais tradução, felizmente. Não é tão bem paga como eu desejaria (e merecia), mas paciência. É trabalho, o meu trabalho, aquele para o qual estudei e isso faz-me sentir bem.
Enquanto vou traduzindo, fiquem com um bocadinho do Portugal profundo, que eu tanto adoro.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Adoro tradução mas às vezes põe-me doida

Ando "assoberbada" com tanto trabalho. Chego a casa cansada de um dia de trabalho e ainda tenho que me agarrar à tradução que estou a fazer sobre a doença crónica e a fisioterapia. O tema é até muito interessante e eu gosto sempre de aprender algo com os textos que estou a traduzir, mas neste momento já não posso ver os termos impairment, disability e handicap à minha frente. Então quando me pedem para arranjar diferentes traduções para os termos illness, disease e sickness eu fico capaz de matar alguém!
Depois dizem que os tradutores têm uma imaginação muito fértil! Se não tivermos imaginação, como vamos arranjar boas traduções para três palavras inglesas que significam exactamente a mesma coisa? E agora? Vou dizer: "temos que distinguir entre doença, doença e doença"?!!! Ou entre doença, mau estar e enfermidade?!!!! Será que posso enfiar a falta de saúde lá para o meio?!!!!!! Ai que eu vou ficar maluca!

Bem, como diz o Umberto Eco, traduzir é dizer quase a mesma coisa. E é isso que eu tento fazer. Mas às vezes fico com os cabelos em pé a tentar dizer quase a mesma coisa!


Para desanuviar a cabeça de tudo isto, vim até aqui postar umas florzinhas que tenho cá por casa. Como dá para reparar, as flores do Alentejo, vieram alegrar a minha casa de Lisboa. Eu adoro ter flores espalhadas pela casa. Fico logo mais animada, só de olhar para elas.

Pronto, já arejei a cabeça, agora vou voltar para a minha tradução, vou fazer a revisão final com o cérebro mais fresquinho!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Roma - Diário de Viagem (Cont.)

No terceiro dia em Roma andámos a passear pelo centro storico. O centro histórico da cidade é lindíssimo. As casas, as mil igrejas, as mil e uma fontes. Tudo simplesmente maravilhoso.

A fonte da primeira fotografia é famosa. Aparentemente a tradição de atirar uma moeda para a Fonte de Trevi e pedir um desejo já acabou. Moedas lá dentro não havia. À volta da fonte estava uma multidão de turistas de todas as nacionalidades e tive que furar por entre muita gente para chegar perto da água. De todas as fotos que tirei lá, esta é a que está menos "poluída", mas mesmo assim aparece um boné! A fonte é sem dúvida muito bonita e achei a sua localização, num pequeno largo, muito surpreendente.


Fontana di Trevi


Mais uma multidão na Piazza di Spagna


Na Piazza della Rotonda, encontrei o maravilhoso Panteão. Uma construção impressionante pelo seu maravilhoso estado de conservação. Esta magnífica obra foi erigida originalmente por Agrippa, nos últimos tempos da República Romana, em 27 A.C., mas depois de ser destruído por um incêncio foi totalmente recuperado no ano 125 pelo imperador Adriano. O imperador fez questão de manter a inscrição do monumento original, que diz qualquer coisa como "feito por M. Agrippa, terceiro consul". Eu nunca fui muito boa aluna a Latim, mas isto dá para perceber! O nome de Panteão é de origem grega, "pan" que significa todo e "théos" que significa deus e, como o nome indica, é dedicado a todos os deuses. Foi dos monumentos que mais gostei de visitar em Roma, um edifício que se encontra em perfeito estado de conservação desde o ano 125 da nossa era, é obra! O edifício não necessita de luz artificial, pois na sua cúpula existe um "óculo" que deixa entrar a luz natural. É simplesmente maravilhoso.

Panteão


Panteão


Piazza della Rotonda


Depois a Piazza Navona com as suas maravilhosas fontes, também elas projectadas por Miguel Ângelo. No último post sobre Roma cometi um lapso ao escrever que Michelangelo tinha morrido novo. Peço desculpa pelo erro, na verdade ele morreu aos 89 anos. Daí ter tido bastante tempo para as suas inúmeras criações! No centro da praça está a Fontana dei Quatro Fiumi, que representa os quatro grandes rios que, no séc. XVI, se pensava serem os maiores do mundo. Na foto abaixo, temos o Rio Nilo de cabeça escondida, pois na época não se conhecia a nascente do rio.


Pormenor da Fontana dei Quatro Fiumi

O passseio continuou entre ruelas antigas até ao maravilhoso mercadinho de Campo di Fiori. Amei este mercado. Gosto imenso de mercados de rua e este é a coisinha mais linda.



Fiori em Campo di Fiori



Mais flores




A banca das ervinhas aromáticas


Uma festa de cor

É engraçado como de todos os países que visitei, Itália foi aquele onde me senti mais em casa. Também não visitei assim tantos países, claro. Mas, depois de Espanha, França e Inglaterra, Itália soube-me mais a home sweet home! Engraçado, não é?

terça-feira, 14 de abril de 2009

Que bem que se está no campo

Para quem ainda não sabe, eu já voltei de Roma. Estou a fazer o diário da minha viagem em retrospectiva, porque durante os dias que lá estive nem sequer me passou pela cabeça que existia uma coisa chamada internet!
Agora resolvi fazer um interregno no meu diário (atrasado) de viagem, para mostrar um pouco do meu fim-de-semana de Páscoa no Alentejo, que foi simplesmente maravilhoso.

À chegada o quintal esperava-nos com todo o seu esplendor primaveril.

Meu lírio roxo...

Mal me quer, bem me quer...

Eu só queria que vocês pudessem cheirar estas rosas!

Este quintalinho na Primavera é um pequeno paraíso.

No sábado fomos visitar o lugar onde o meu pai nasceu. Ele só foi viver para a aldeia de Vila Ruiva com 5 anos. Até lá viveu com os seus pais e os seus irmãos num monte alentejano, do qual o meu avô tomava conta. Estas visitas nostálgicas ao Monte da Panasqueira deixam sempre o meu pai muito emocionado e com a lagriminha no olho. Foi uma tarde muito bonita. Adorei cada momento e não resisti a partilhar com vocês.

A casa onde o meu pai nasceu há 75 anos atrás

Uma azinheira centenária em frente à casa

Uma figueira plantada pelo meu avô

Olha a vassourinha típica!

Uma cadelinha que vive no Monte da Panasqueira, free and happy! A coisa mais fofa!
Ai, que bem que se está no campo!

domingo, 12 de abril de 2009

Roma - Diário de Viagem

Vista da minha janela ao amanhecer

No segundo dia visitei o Vaticano, começando pelos enormes Museus do Vaticano. A Capela Sistina é realmente de uma beleza de tirar o fôlego. Não é permitido tirar fotografias, por isso não posso pôr aqui a obra de génio de Miguel Ângelo. As pinturas da parede frontal e do tecto são extraordinárias no seu movimento, no seu relevo, nas suas cores, na sua perfeição. Talvez a coisa mais impressionante que alguma vez tenha visto feito pelo Homem. Todos os dias vejo coisas impressionantes feitas pela natureza, uma flor, o vôo de um pássaro... Mas das obras do Homem, foi com certeza uma das mais impressionantes que vi até hoje.

Outra das coisas que adorei nos Museus do Vaticano foi a escultura da Antiguidade Grega.
Dionísio - Deus do Vinho

Depois dos museus, a Basílica de São Pedro, impressionante pela sua dimensão e pela beleza do seu interior. Aquilo que mais me impressionou foi a famosa Pietá de Miguel Ângelo. Pequena na imensidão daquela basílica, é talvez a escultura mais bela que alguma vez vi. Aquele homem seria humano? Refiro-me ao seu autor, Miguel Ângelo. Morreu bastante jovem, mas deixou uma marca impressionante na cidade de Roma.

Basílica de São Pedro - Vaticano

Depois seguimos até ao Castelo Sant' Angelo.
Ponte Sant'Angelo

Castelo Sant'Angelo visto da Ponte Sant'Angelo


Dentro do Castelo de Sant' Angelo


Vista do Castelo Sant'Angelo

A Ponte Sant'Angelo vista do Castelo

Basílica de S. Pedro vista do Castelo Sant'Angelo
Este edifício ao longo da sua história teve muitas funções, já foi moradia dos Papas, já foi fortaleza, já foi prisão. É um edifício bastante interessante e subir a escadaria é difícil mas saímos recompensados com a maravilhosa vista da cidade.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Roma - Primeiras Impressões

Os dias que passei em Roma foram maravilhosos. Adorei a cidade como sabia que ía adorar. Sempre senti um enorme fascínio pela Antiguidade Clássica e pelo Renascimento e em Roma respira-se a atmosfera de séculos de história e podemos ver ao vivo os vestígios da civilização romana e do esplendor criativo do Renascimento.

No primeiro dia fiquei logo muito satisfeita com as primeiras impressões. O hotel era muito simpático, e o bairro onde ficava era tranquilo e muito bonito. Ficava na zona de Lepanto, perto da Piazza Mazzini. Um bairro residencial, com muito comércio, pastelarias de sonho e gente muito simpática. Aqui fica uma amostra do meu bairro em Roma!


O Hotel


O Bairro - Piazza Mazzini
O Bairro - Pormenor de edifício na Via Ferrari


O Bairro - Árvore em flor


O Bairro - Florista de rua


Depois de instaladas, reolvemos dar um passeio pela área antiga de Transtevere. Os habitantes de Transtevere (Para lá do rio Tibre) gabam-se de ser os mais genuínos de Roma. É uma zona muito antiga, muito bonita e típica. Adorei.

Um misto de restaurante e mercearia - tão charmozinho!

Pormenor de Edifício - Transtevere

Transtevere

Transtevere

Transtevere

Igreja de Stª Cecília - Transtevere


Uma parede cheia de pedaços de história - Transtevere


Uma palavrinha em relação ao sismo: O sismo ocorreu na última noite que passei em Roma. Sentiu-se um abalo com alguma intensidade e bastante longo. Deu para apanhar um susto, mas só de manhã nos apercebemos da dimensão da tragédia. A escassos 100 Km de Roma, na também antiquíssima cidade de Áquila, o sismo causou muitas mortes e destruição. Nesse dia, naturalmente, o tema de conversa em todo o lado era a tragédia de Áquila. Quase que perdemos a vontade de cumprir o itinerário planeado para a última manhã em Roma, mas lá acabámos por dar as últimas voltas pela cidade. Como habitante de uma área sísmica, tenho imenso medo de tremores de terra, mas também estou habituada aos pequenos abalos, comuns em Lisboa, e sei que algo está e estará sempre iminente, por isso há que continuar com a vida de todos os dias. Como habitante de Lisboa aprendi na escola os procedimentos em caso de sismo e vivo, como todos, com a ideia que Lisboa é uma bomba relógio bem enterradinha lá no fundo do subconsciente. Não quero nem pensar nas consequências que um sismo desta magnitude poderia ter em Lisboa. O parque habitacional da cidade está completamente degradado e seria uma verdadeira tragédia. Desculpem o desabafo, mas estas coisas mexem comigo.

Prometo continuar com o meu diário de viagem.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Boa vizinhança

Se tudo correr bem, neste momento, estou em Roma. Mas deixo-vos aqui o resultado de mais experiências fotográficas. Uma querida vizinha veio a minha casa dar-me este pézinho de sardinheira lindérrimo, com uma flor tamanho XXL, que eu fui a correr colocar numa jarra. É por estas pequenas coisas que eu gosto de viver aqui. São pequenas coisas, mas são impagáveis.
Fiquem bem.