Os trabalhadores portugueses lutam há décadas para terem os seus direitos consagrados na lei. Para trabalharem apenas 4o horas de trabalho por semana, no máximo 45. Para terem um salário mínimo que permita o sustento mensal de uma família e que nós sabemos que mesmo assim é preciso apertar muito o cinto para uma família sobreviver com dois salários mínimos quanto mais com um, no caso de um membro do casal estar desempregado.
Todos os dias fecham fábricas em Portugal, umas com a desculpa da crise, mas muitas porque as empresas deslocalizam as fábricas para países asiáticos onde a mão de obra é muito mais barata e trabalha muito mais horas.
Países cujas economias crescem à custa da exploração dos seus trabalhadores. Contam-se casos de pessoas que trabalham sem folgas durante meses e pessoas que dormem no trabalho para não "perder tempo" a ir dormir a casa.
Ir a uma loja de produtos chineses e comprar uma extensão eléctrica por um euro pode muito bem ser o mesmo que ajudar um chinês a ser explorado de forma desumana. Porque uma extensão eléctrica feita em Portugal custa pelo menos 3 €. É o preço normal, para que trabalhador fabril, dono da fábrica e comerciante ganhem a sua parte.
Não me passa pela cabeça apelar a um boicote às lojas chinesas. Os comerciantes chineses que emigram para Portugal só estão "a fazer pla vida" como se diz por aqui. E os portugueses que só podem comprar nas lojas deles, estão a fazer o mesmo. Também não apelo a nenhum boicote a tudo que seja made in China, apenas apelo à consciencialização dos consumidores. Quando comprem tentem saber o que está por trás dessa aquisição. Pensem antes de comprar.
É urgente que o consumidor esteja consciente do que está a fazer quando compra alguma coisa, o que quer que seja.