domingo, 31 de janeiro de 2010

Nas Nuvens

O melhor de Janeiro são os filmes. Se não fosse a grande quantidade de filmes bons que passam nos cinemas neste mês, estes dias frios e chatos de Inverno seriam bem mais difíceis de suportar. Nada melhor do que estar numa sala quentinha e escura com um bom filme na frente, quando lá fora está aquele friozinho de Janeiro.

Desta vez vi um filme bastante interessante, Nas Nuvens (Up In the Air), com George Clooney. Gostei bastante. O filme levanta muitas questões relevantes e dá que pensar em muitos aspectos. Primeiro de tudo, na crise económica e como em qualquer crise há sempre alguns que lucram com a desgraça dos outros. Depois, e com mais profundidade, nas relações pessoais. As transformações vividas pelo protagonista levam-nos a questionar várias coisas. Porque nos isolamos? Porque fugimos de ligações verdadeiras e profundas?

É melhor viver sozinho, livre de compromissos e de problemas familiares ou acompanhado, em família, com tudo de bom e de mau que isso acarreta? É melhor não ter poiso certo ou construir um lar para o qual voltar?

Qual o sentido da vida, seja ela vivida a sós ou em família? O que dá sentido à vida?

O filme não dá respostas, mas faz pensar.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Reflexões sobre um aperto de mão

Eu gosto de um aperto de mão firme. Não necessariamente aquele que nos esborracha a mão ou aquele que nunca mais nos larga. Mas um simples aperto de mão com firmeza, que transmite confiança.

Aquele aperto de mão frouxo, mole, que quase não passa de um simples toque, não me diz nada. Deixa-me com uma sensação de desconforto e não me inspira confiança. E às vezes precisamos mesmo de confiar nas pessoas para tomar grandes decisões.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Rimas à moda alentejana


Depois de ver um post da nossa Ameixinha com umas rimas sobre o estado de saúde do seu querido gato Matias e ver que ela rima tão bem, lembrei-me de escrever sobre as rimas da minha mãe. A minha mãe faz uma coisa prodigiosa para mim que é rimar de improviso.

No Alentejo existe a tradição de fazer rimas sobre tudo e sobre nada. E é incrível como os alentejanos rimam de improviso, como conseguem criar rimas fantásticas com uma rapidez surpreendente.

É engraçado como a minha mãe, tendo nascido na Beira Alta, apanhou esse jeitinho alentejano de ser. Adora fazer rimas, e saem-lhe com imensa facilidade. Estas que se seguem foi ela que fez.



E não é que estão mesmo ao melhor estilo de improviso alentejano, até consigo imaginar um senhor com a pele curtida do sol, com uma boina na cabeça, encostado a um cajado, à sombra de uma oliveira, com o seu profundo sotaque alentejano a dizer as primeiras rimas. As últimas já são a beirã a falar.

Ó meu querido Alentejo,
minha hortelã, meu poejo,
todo tu és horizontes,
tens chaparrais e tens montes,
todo tu verde e dourado,
todo tu és pastorícia,
dos teus rebanhos de gado.

Tua grande imensidão,
gente de bom coração,
gente de paz e amor,
meu celeiro da nação.

Eu cá tenho consciência,
que não sou tua pertença,
mas gosto muito de ti,
desde o dia em que te vi.

Mas já lá vão tantos anos,
tenho cá minhas raízes,
e quando por cá estamos,
estamos bem, estamos felizes.


Rimas improvisadas por Hortense Marques num quintal alentejano num fim de tarde ameno. A minha mãe improvisou-as e depois eu fui a correr buscar um caderno para ver se ela conseguia lembrar-se e escrever. E conseguiu.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Estrela Cintilante

Quem gostar de filmes com muita acção não vá ver Bright Star, o novo filme de Jane Campion, pois ele é o oposto de acção, ele é todo contemplação.

O filme conta a história do jovem poeta Keats e do seu primeiro e único amor.

Como muitos outros poetas e escritores, Keats, hoje considerado um dos maiores expoentes do romantismo inglês, morreu na miséria, sem ver o seu trabalho reconhecido. Para acrescentar um aspecto ainda mais romântico (no sentido literário do termo) à sua vida, morreu novo, aos 25 anos, longe da sua amada, Fanny Brawne.


O filme é talvez demasiado longo, mas de uma imensa beleza. A fotografia é cintilante, tal como o título. O amor quase adolescente, platónico e poético de Keats e Fanny é filmado de forma bela e bucólica, mas também apaixonada e fulgurante.


Não é O Piano, e talvez seja difícil para Jane Campion alguma vez igualar O Piano. Mas são duas horas de beleza visual embalada pela poesia de Keats. No fim de contas acho que era o que eu estava a precisar, de duas horas de contemplação.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

2010

O ano velho acabou bem e o novo começou melhor ainda. Enquanto festejávamos a passagem de ano, eufóricos, com muito barulho, espumante e alegria, a Safira dormia no quentinho do meu teclado. Não resisti a captar o momento.


Um ano de 2010 maravilhoso para todos vocês. Um ano cheio de saúde, paz, alegria e prosperidade. Aquilo que normalmente desejo para mim e para os meus, desejo também para todos os amigos que fiz através deste singelo bloguito.


FELIZ 2010 PARA TODOS E PARA O MUNDO