terça-feira, 29 de junho de 2010

O monstro


Não sou especialista em arquitectura, mas tenho bom senso. E com o meu bom senso e discernimento consigo perceber o que toda a gente percebe. Este edifício, construído onde está, é um horror, é um descalabro, é , como disse Vasco Graça Moura, uma "estrutura faraónica para exercícios do King Kong na barra fixa".

Só o arquitecto Gonçalo Byrne e os responsáveis pelo empreendimento parecem não ter tido bom senso e discernimento. Colocar este edifício junto a chalets do início do século passado que descem em cascata até ao mar, maravilhosamente enquadrados na natureza, é literalmente borrar a pintura. É um atentado à paisagem e ao património cultural e natural de Cascais.

Não critico o edifício em si, nem o seu valor arquitectónico, até porque como já disse não entendo nada de arquitectura, só questiono a enorme agressão à paisagem, o descaso que o arquitecto teve com a paisagem envolvente. Porque é que tem que ser assim? Porque é que o arquitecto só pensa na sua obra e não consegue pensar para além dela? Porque é que os arquitectos insistem em brilhar à custa da destruição da paisagem?
Nota: Desculpem a má qualidade das fotos, estava contra a luz.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Individualismo não é egoísmo

Interessante a perspectiva do psiquiatra brasileiro Flávio Gikovate sobre os relacionamentos e sobre a importância de desenvolver a individualidade de cada um.

Vi aqui e podem ler a entrevista completa à revista Veja, aqui.

Gikovate - Não há nada de errado em ser individualista. Muitos dos autores contemporâneos têm uma postura crítica em relação a isso. Confundem individualismo com egoísmo ou descaso pelos outros. São conceitos diferentes. Outros dizem que o individualismo é liberal e até mesmo de direita. Eu não penso assim. O individualismo corresponde a um crescimento emocional. Quando a pessoa se reconhece como uma unidade, e não como uma metade desamparada, consegue estabelecer relações afetivas de boa qualidade. Por tabela, também poderá construir uma sociedade mais justa. Conhecem melhor a si próprio e, por isso, sabem das necessidades e desejos dos outros. O individualismo acabará por gerar frutos muito interessantes e positivos no futuro. Criará condições para um avanço moral significativo.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Foi bonito, pá

Ainda hoje de manhã eu me queixava das exibições fraquinhas de Portugal e eles brindam-nos com 7.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago

"O ser humano inventou Deus e depois escravizou-se a ele", frase brilhante de José Saramago. Frase que expressa a sua relação conflituosa com Deus e a religião: era ateu, mas não conseguia deixar de escrever sobre Deus. Entendo perfeitamente esse conflito.

Tenho uma relação conflituosa com a religião. Conflituosa e não resolvida. Questiono muitas coisas, tenho muitas dúvidas, mas uma coisa sei: o meu Deus não é o de qualquer das grandes religiões monoteístas. O meu Deus não é o Deus católico, nem o Deus muçulmano, nem o Deus judaico. O meu Deus é construído todos os dias. A cada dia vou acrescentando um adjectivo, uma frase, um conceito à minha definição de Deus.

O ser humano tem sido escravo desse Deus inventado ao longo dos séculos e, incrivelmente, continua a ser até aos dias de hoje.

Saramago decidiu sair de Portugal, quando a sua obra Evangelho Segundo Jesus Cristo foi criticada por gente que nunca a tinha lido, mas que correu a dizer que ofendia e feria a cultura religiosa dos portugueses. Foi impedido de concorrer a um prémio literário com a desculpa de que a obra "ofendia a moral católica dos portugueses".

Depois da celeuma levantada aquando da publicação de Caím, seu último livro, parece-me que vamos continuar escravizados por muito tempo.

José Saramago morreu hoje aos 87 anos de idade em Lanzarote.

The soundtrack of my life 5





É engraçado, o Brasil é conhecido pela sua música ritmada, exuberante, que faz acelerar o coração e bater o pé, mas as músicas brasileiras que eu mais adoro têm um toque de nostalgia. Também gosto de ouvir um bom samba, alegre e contagiante, capaz de me fazer dançar até perder as minhas forças, mas o que eu amo mesmo são estas canções doces e até um pouco tristes, cantadas por estas vozes de mel neste português açucarado.


Posso até ser politicamente incorrecta, mas para mim, a música brasileira é boa de verdade quando os brasileiros se livram da sua quase obrigatória alegria esfuziante e se permitem ser também um pouco nostálgicos.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ainda o paraíso

Na Primavera o quintal está sempre resplandescente de flores e frutos. Rosas e flores do limoeiro e da laranjeira perfumam o ambiente.
O sol esteve escondido a maior parte do tempo, e choveu algumas vezes, mas depois da chuva ficava aquele cheirinho bom a terra molhada.


No regresso para Lisboa parámos o carro para fotografar este exemplo de habitação em altura, hehe. Um verdadeiro condomínio de luxo, com vários andares e apartamentos muito arejados e com vistas amplas para a planície.

Para quem não reconhece, são ninhos de cegonha. Vimos imensas cegonhas por todo o Alentejo. Estas aves lindas fazem os seus ninhos em lugares altos e nem os postes de alta tensão da Rede Eléctrica Nacional escapam. Na foto de baixo dá para ver melhor as bichinhas.

domingo, 13 de junho de 2010

Fim-de-semana no paraíso

Cada vez me sinto melhor no Alentejo. Já há semanas que ansiava por estes quatro dias de descanso no paraíso. E foi tudo o que eu precisava. Muito descanso, muita tranquilidade, passeios maravilhosos e muito pão alentejano.

Hoje quando chegou a hora de voltar para Lisboa comentávamos como seria bom ficar mais uma semaninha. Não me apetecia sair do Alentejo. O ritmo calmo, o contacto com a natureza, a vivência de pequena aldeia fazem a vida parecer mais fácil e dão-nos vontade de mudar de armas e bagagens para lá. Acho que essa possibilidade já foi mais remota. Quem sabe o Alentejo não é o futuro?

romaneiras em flor

ponte romana

papoilas

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Nem a Vanity Fair resiste

O Cristiano Ronaldo na capa da Vanity Fair?! Não é possível. A Vanity Fair é conhecida pelas suas capas cheias de classe, estilo e bom gosto. E o Cristiano Ronaldo é conhecido por jogar muito bem futebol, mas também pela sua total e absoluta falta de gosto.


Pois é. Parece que nem a Vanity Fair resiste ao apelo do futebol, dedicando a sua edição de Junho ao Mundial da África do Sul e colocando na capa ninguém mais que CR e Drogba em roupa interior com as cores nacionais dos respectivos países (muito feia, diga-se).

Nunca o CR pensou. E para ser verdade, nem eu.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

The Soundtrack of my Life 4

Porque eu adoro a música de Marisa Monte. Porque a sua música me acompanha há muito tempo. Porque este sambinha é a coisa mais linda.