..., diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e cana, contruídas nas margens de um rio de águas tranparentes que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos."
Assim começa Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. O livro andava cá por casa há muito tempo, mas sempre adiei a leitura, por ter um "problema" com livros muito grandes. Já tinha lido García Márquez e gostado muito de alguns livros, como Do Amor e Outros Demónios, mas nada me preparava para este portento. Que livro maravilhoso. Desde a primeira linha ficamos presos à mágica história da família Buendía, sem conseguir resistir aos encantos de personagens tão fascinantes. A própria povoação onde a história decorre, Macondo, é quase uma personagem com vida própria e tão fascinante como as humanas. O final do livro é arrebatador. Tão bem escrito que até emociona. Adorei.
Fiquei também feliz por saber que o livro está a ser traduzido para a língua indígena wayuunaiki dos índios Wayúu, habitantes do norte da Colômbia. É sempre bom saber que cada vez se dá mais importância à preservação das línguas e das culturas indígenas.