terça-feira, 30 de setembro de 2008

Jane Eyre


Sempre adorei literatura inglesa e tenho mesmo de confessar que conheço mais clássicos da literatura inglesa do que nacionais. Não tenho absolutamente nada contra a literatura portuguesa, muito pelo contrário. A minha apetência pela literatura anglo-saxónica é mais defeito de formação do que outra coisa. Li Jane Eyre pela primeira vez há uns sete anos atrás, graças a estas maravilhosas edições da Penguin Popular Classics. E foi também assim que li a maioria das grandes obras em inglês que me foram sugeridas na faculdade e que eu descobri pela módica quantia de 3,00€/4,00€.
Mas voltando a Jane Eyre, depois de ver a série da BBC que passou na RTP2 fiquei com vontade de voltar ao livro que estava guardado na estante já há algum tempo. Reli alguns pedaços e revivi a grande intensidade da escrita de Charlotte Brontë ao contar a história desta desafortunada Jane, que cresce triste e abandonada e que desesperadamente busca o amor que lhe faltou na infância. Busca um sentimento de pertença a algum sítio ou a alguém. Busca alguém que seja seu. Ao mesmo tempo é uma mulher muito independente e que, como ela própria diz, sempre se conheceu, sempre soube quem era. Charlotte Brontë e a sua irmã Emily Brontë recriaram nas suas duas grandes obras um pouco das características das suas próprias vidas sombrias e solitárias e foram grandemente influenciadas pelos romances góticos dos finais do séc. XVIII e inícios do séc. XIX. Assim se explica a atmosfera misteriosa e sombria de quase toda a obra, com excepção dos capítulos finais, de grande luminosidade e harmonia. É uma história belíssima e muito bem escrita. É difícil encaixá-la numa só corrente literária, pois tem grandes influências do Romantismo mas também do Realismo. Leiam. De certeza que não perdem nada. Só ficarão a ganhar.

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