segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Eu tinha dito a mim mesma que tinha que poupar dinheiro para a minha viagem a Itália, e que ía começar a cortar no cinema, mas depois de uma semana chatíssima, como resistir a um encontro com um dos meus cineastas preferidos. Então, lá fui eu ao cinema ver o novo filme de Woody Allen, que ganhou o Globo de Ouro para melhor comédia. Mas claro que este filme é mais do que uma simples comédia. Sim, é muito bem disposto, sim, tem o humor inteligente e irónico de Woody Allen, mas tem também uma certa tristeza e melancolia porque se centra sobre a impossibilidade das relações. Allen filma uma série de relações falhadas, ou semi-falhadas. Cristina (Scarlett Johansson) é daquelas pessoas constantemente insatisfeitas com a vida e com o amor. Sempre em busca de algo mais. Encontra mas logo parte em busca de outra coisa. Vichy (Rebecca Hall) é o contrário, muito certinha, cheia de certezas na vida, com o seu futuro todo programado e a quem um pequeno encontro com um homem muito diferente de si faz perder todas as certezas. Elena (Penélope Cruz) e Antonio (Javier Bardem) amam-se mas não conseguem viver juntos. Antonio quer todas as mulheres ao mesmo tempo. E por aí fora.
É por isso que eu gosto de Woody Allen, porque acho que ele vê o mundo como eu vejo: uma enorme série de impossibilidades! Não é preciso dizer que adorei o filme, pois não?
Pelo meio dei umas boas gargalhadas e fiquei com imensa vontade de conhecer Barcelona. Mas saí do filme com uma pontinha de melancolia.

10 comentários:

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Isabel,
Você tem razão. A parte triste das atuais comédias românticas é exatamente essa dificuldade (ou impossibilidade, como diz você) dos relacionamentos amorosos. Ainda bem que também existem acontecimentos leves e passagens que provocam risos.
Também gostei bastante do filme.

Unknown disse...

Também fui ver ontem à noite esse filme, sendo um aficionado do Woody Allen, não podia falhar...
Adorei o filme, está tipicamente "Woodyalliano", os triângulos amorosos, as incertezas e todas as situações de um quotidiano dito normal, que não é nada normal. Adorei a personagem de Juan António interpretada pelo Barden, e a Scarlett cada vez mais madura como actriz.
Enfim resumindo adorei.
Beijo

Cláudia Marques disse...

Eu bem que gostava de ver, MAS... não há condições!

Inside me disse...

Fiquei curioso pelo filme, não conheço muito a obra de Woody Allen.
Mas Barcelona sempre me seduziu com as obras de Gaudi

Unknown disse...

Não vi o filme, mas se decidires ir a Barcelona ofereço-me já para ir também!
Até que podíamos organizar uma viagem de "jeitosas"... íamos todas juntas para parecermos "muntas", aproveitávamos e até gravávamos por lá alguns episódios da novela... ;)
O que achas da ideia Amiga?

Beijocas ***

ameixa seca disse...

Tenho uma Cristina dentro de mim (salvo seja!) :)
Eu vou ver se recorro à piratada para ver os filmes que quero. Não tenho €€ para ir ao cinema he he

Abóbora Amarelinha disse...

Ai jasus! já estou a imaginar a cena, uma jeitosa que eu cá sei de excursão com o garrafão de 5 litros ás costas, uma outra jeitosa que eu conheço com a arma á tiracolo (já que tem licença de uso e porte de arma,)
vai ser lindo vai...
e esta nossa novela muda de enrredo a cada dia.
beijos daqui a barcelona

Anónimo disse...

Estou muito curiosa... ainda não vi

Gosto muito do Barden - tem qualquer coisa não é?

Deixei uma prendita para ti no meu "estaminé"

Claudia disse...

Isabel,

A minha vida de mãe não me garante o direito de ir e vir o que me deixa muito pressa a casa. Perdi a chance de ver este filme que passou por Trondheim mas já foi. Agora eu espero o dvd. Eu amo o Woody Allen e não perco um filme dele, mas este me passou. Ele faz graça com os vícios humanos e não fica de fora da própria sátira. Ele se retrata em todos os homens.

Mas eu preciso discordar de você numa coisa. Eu acho que a vida é cheia de possibilidades e que tudo é uma questão de perspectiva. Também acho que ver as possibilidades ao invés das impossibilidades ajuda a mover montanhas. Mas este é uma papo longo.

Beijos,

Claudia

Isabel disse...

Papo longuíssimo, Cláudia, longuíssimo. Eu tenho dias. Nuns acredito que tudo é possível, comigo e com o mundo, noutros acredito que os meus desejos são todos impossíveis e que o mundo não tem jeito. Mas quando eu falava de impossibilidades estava a falar das relações humanas, onde eu sou um fracasso:( daí as impossibilidades...
E o filme fala de insatisfação, o que pode levar a muitas relações impossíveis.