Lá fora está frio, vento, chuva, as árvores estão quase todas despidas de folhas. Está tudo muito cinzento.
Sinto tanta falta do Verão nestes dias.
Lá fora está frio, vento, chuva, as árvores estão quase todas despidas de folhas. Está tudo muito cinzento.
Sinto tanta falta do Verão nestes dias.
Mas o que é que se passa com os homens casados? Andam todos doidos. Ele é casados de fresco, ele é casados há 3 anos, eles é casados há muuuuitos anos. Todos, sem excepção, estão loucos. Mas será que hoje em dia já ninguém respeita os votos que faz. Mas será que alguém os obrigou a casar? É que eles já não têm mesmo vergonhinha nenhuma. Eu não sou puritana, muito pelo contrário, acho que cada um faz o que quer da sua vida e quem sou eu para criticar. Mas comigo não, está bem? Será que eu tenho escrito na testa "desesperada por fisgar um homem casado"? Espero bem que não. É que para mim homem casado é igual a padre, eunuco, mulher, etc, etc! Entenderam?
Há já algum tempo que não colaboro com a nossa Academia dos Livros, porque tenho andado a ler em inglês e não quis fazer citações nessa língua, pois sei que nem todos percebem o inglês literário. Assim, agora que li Ian McEwan em português, não hesitei em sugerir este pequeno grande livro chamado Na Praia de Chesil. É um livro pequenino que se lê facilmente num fim-de-semana ou mesmo num dia. A acção principal passa-se apenas nalgumas horas do dia do casamento de um jovem e inexperiente casal, no início dos anos sessenta. Como todos os livros de Ian McEwan é um livro perturbador que fala de amor, de humilhação, de ridículo, de sofrimento e duma trágica perda de inocência.
Ontem revi este maravilhoso filme que não via aí há uns 8 anos. Este filme devia ser estudado na escola, devia ser obrigatório. É que este filme diz tantas verdades sobre homens, mulheres, relacionamentos, amizade, sexo e amor, que é quase um tratado. A sério. Até podia ser tema de tese de doutoramento.
Estes senhores da publicidade andam doidos. É que já nem pensam na saúde duma mulher, que pode muito bem ir parar ao hospital com um susto destes. Ía eu muito bem a andar na estação de metro do Campo Grande quando vejo lá ao fundo o próprio Patrick Dempsey em pessoa, elezinho mesmo, o Dr. McDreamy himself, com a sua fardinha azul e a sua batinha branca do Seatlle Grace Hospital. Ora o que é que uma pessoa pensa:
Ontem estava tão desanimadinha, tão deprimidinha que resolvi ir até ao blockbuster buscar qualquer coisita que me animasse. Trouxe A Residência Espanhola de Cédric Klapisch que nunca tinha visto e diverti-me imenso com o filme. A história retrata aquele ambiente fantástico dos estudantes que vão para o estrangeiro através do Programa ERASMUS. Tive tantas saudades dos meus colegas de faculdade, daqueles sortudos que foram para Inglaterra, Alemanha e Polónia. Adorava conversar com eles quando voltavam, cheios de histórias para contar, sobre o país, sobre os outros colegas de vários países da Europa. E todos me diziam que por mais que vivessem nunca esqueceriam aquele ano passado a estudar fora.
Quando ainda era uma miúda, vibrava com uma série que se chamava em português Os Trintões. Lembram-se? Era muito gira. Contava as aventuras e desventuras de um grupo de amigos de trinta e tal anos. Estava eu tão longe dos trinta. E isto vem a propósito de quê? É que hoje deu-me para reflectir sobre a idade.E podia ficar aqui o dia todo, mas acho que já dá para ter uma ideia. Quase a fazer 34 estou tranquila. Não estou (por enquanto) horrorizada com o passar dos anos, sinto-me bem na minha pele, melhor do que quando tinha 24. Tirando o joelhito que de vez em quando começa a adivinhar chuva, sinto-me bem na pele de trintona! Uma amiga minha de 23 aninhos diz-me, "Ó querida, os trinta são os novos vintes!". E eu rio-me. Eu não quero ter vintes outra vez. Eu estou bem assim, nos thirty something.
pela escrita de Ian McEwan:"Finally she rolls over to face him. This side of the human form exhales a communicative warmth. As they kiss he imagines the green eyes seeking out his own. The commonplace cycle of falling asleep and waking, in darkness, under private cover, with another creature, a pale soft tender mammal, putting faces together in a ritual of affection, briefly settled in the eternal necessities of warmth, comfort, safety, crossing limbs to draw nearer - a simple daily consolation, almost too obvious, easy to forget by daylight. Has a poet ever written it up? Not the single occasion, but its repetition through the years. He'll ask his daughter."
Saturday, Ian McEwan



No Sábado à noite passou na Fox Life o filme A Festa de Babette, de Gabriel Axel, um filme do qual já tinha ouvido falar muito bem, mas que nunca tinha visto. O filme é realmente muito bonito e interessante. Para quem não conhece, a acção decorre numa pequena aldeia da costa da Dinamarca, numa comunidade muito religiosa e austera na segunda metade do século XIX. No meio desta comunidade surge Babette, uma cozinheira francesa que procura refúgio em casa de duas irmãs, filhas de um pastor protestante já falecido. Babette fica 14 anos a trabalhar para as irmãs, cozinhando todos os dias papas de pão e bacalhau cozido, a única comida permitida pela austeridade da comunidade. Todos os anos um amigo francês de Babette comprava um bilhete de lotaria em seu nome e ao fim de catorze anos ela finalmente ganha 10 mil francos. Babette decide então cozinhar um verdadeiro jantar francês, ao estilo do restaurante de luxo onde um dia fora chef, para a comunidade da pequena aldeia. No dia em que se comemora o décimo aniversário da morte do austero pastor que guiava a comunidade, esta é brindada com um verdadeiro banquete que a princípio eles juram não saborear mas que no fim acaba por transformá-los. Comer bem não é pecado. Os sabores mágicos de Babette serenam a alma, enriquecem o espírito e aumentam o amor dentro da pequena comunidade que se une outra vez como um todo. Um filme tão simples e tão lindinho. Amei.