Tenho também andado a pensar no estado do país e da cidade. Convém que pensemos nisto em ano de duplas eleições, para tomarmos decisões conscientes. Inspirada nesta lista e nesta lista, vou fazer a minha lista do que não gosto em Lisboa e em Portugal. Não costumo ver as coisas pela negativa, prefiro quase sempre exaltar os aspectos positivos aqui no blog, mas hoje estou na disposição de dizer mal, que é aliás o passatempo preferido dos portugueses (risinhos irónicos)!
O que eu não gosto em Lisboa:
Quando vejo um prédio antigo, bonito e com valor arquitectónico abandonado sinto uma vontade enorme de ser rica, muito rica, para poder comprar o imóvel e poder restaurá-lo. Dá dó ver a cidade a cair aos pedaços.
2 - Outro aspecto que me deixa de cabelos em pé em Lisboa é a sujidade das ruas: os cócós dos cãezinhos, o lixo por todo o lado, em suma a falta de civismo dos cidadãos e a incompetência dos serviços de limpeza municipais.
As pessoas adoram ter cães enfiados em apartamentos e quando os levam à rua para fazer o serviço são muito finas para pegarem numa luva e num saco de plástico para apanhar a necessidade do bichinho!! Faltam também wc's para cães, em toda a cidade só conheço um! Acredito que exista mais do que um, mas simplesmente não são suficientes.
As ruas raramente são lavadas, acho que não custaria se as ruas da cidade fossem lavadas pelo menos uma vez por mês, nos meses secos de verão. Vejam que eu não estou a pedir que as ruas sejam lavadas todos os dias como em Paris, ou sequer todas as semanas, eu peço apenas uma boa lavagem uma vez por mês no Verão. Será pedir muito? Será que acabaríamos com as reservas de água do país?
E sobre Lisboa, fico-me por aqui. Amo tudo o resto. A luz que nos ilumina quase todo o ano, o sol que nos aquece, o céu mais azul que eu alguma vez já vi, o casario (preservado), as igrejas brancas, a calçada com padrões (limpa) e tudo, tudo, tudo.
O que eu não gosto em Portugal:
1- A forma como se menospreza o sistema de saúde público. Vieram milhões da União Europeia e o que se fez com eles? Estradas e pontes. São muito úteis, na verdade, mas na minha opinião uma boa parte desse dinheiro devia ter sido gasta na saúde e na educação. Mas a educação fica para outro post. Quantos hospitais foram construídos? Quantos foram recuperados? Que eu saiba, muito poucos. Não existem centros de saúde, nem médicos de família para servir toda a população. Aliás ouvi ontem nas notícias que mais de um milhão de portugueses não têm médico de família. Nem um tostão foi investido na formação de médicos, agora temos que importar médicos de Espanha, médicos que muitas vezes não fazem um esforço para falar português para melhor comunicarem com os utentes. Havia tanto por fazer nessa área. Acho que esse é um dos grandes handicaps deste país.
9 comentários:
Até vou pensar melhor se quero ir a Lisboa he he
Infelizmente o dinheiro dos fundos é sempre gasto para aquilo que não é preciso. O pior de tudo é que mais de metade da população concorda com as aplicações!
A) eu, qdo tenho que trabalhar em Agosto (o que vai acontecer na 2ª quinzena) sinto-me uma "allien"; ainda por cima num local que está mesmo a 10%, sinto "mas onde é que estão os outros todos?"... e eu até gosto de estar no sossego, mas dá uma sensação estranha... nem sequer tenho onde beber um cafézinho!!
B)Em relação ao património arquitectónico, só me apetece chorar! Tal como no outro dia qdo vi uma reportagem sobre o aproveitamento da linha férrea (as linhas estreitas) em Espanha e o não-aproveitamento em Portugal. Juro que só me apeteceu chorar (de desgosto e de raiva!)
C) Pois, os cocós..... :(
D) Pois, a saúde pública... eu, qdo transferi o meu processo para Alverca, fiquei sem médico de família fixo, é o que estiver disponível!
E) Pois, eleições... já te disse em quem é que vou votar? Depois digo-te...
Que bom que a sua lista só tem três pontos: são poucos mas muito bem escolhidos! O patrimonio arquitetonico realmente deveria ser mais bem tratado. As lindas fachadas, com janelas fechadas por tijolos ou tábuas são mesmo uma tristeza.
Sobre a sujidade (essa palavra - que no brasil seria sujeira - acho muito divertida!) vou parafrasear sua amiga Cláudia M. no comentário que ela fez: "Pois, os cocos..... :("
E a saúde pública talvez não seja mesmo a melhor e mais bem aproveitada, mas saiba que ainda são privilegiados e que há coisa muito pior. É preciso melhorar, CLARO, mas dá raiva saber que a saúde ficou depois das estradas e pontes...
Olha, nosso café vai ficar pra julho do ano que vem pq acabei de chegar em Viena para cá fazer o Erasmus por um ano. Ou então, se quiser vir aqui tomar um café vienense, me avise! =) um beijo.
Isabel,
Também me cansa falar mal, acaba comigo, detesto, até porque acredito que tudo é meio cultural, depende da formação das pessoas, do indivíduo. As pessoas são levadas a se acomodar, a não se importarem com a comunidade que vivem ou a não reclamar o que devem. Tem que have conscientização das pessoas eu acho...
Algumas pessoas são almas ruins mesmo, não se importam com nada, como donos de cachorros que sujam sem dó as calçadas. Se começarem a multar essas pessoas, pode ser que elas comecem a recolher a sujeira.
Bj,
C.
Só tem três coisas, bem escolhidas por sinal.
Tu não vês que quando começamos a pensar no que está mal é como tirar cerejas de um saco, vêm todas agarradas umas atrás das outras! E o problema é que começamos a ficar deprimidos e tristes.
Quanto aos assuntos nem vou comentar ou dar opinião se não lá vinha o meu mau feitio ao de cima e estou a tentar ficar zen, já que são férias!:)
Ameixa, faxavor de vir a Lisboa, sim senhora! Não te assustes com a minha descrição. Ainda não andamos a tropeçar no lixo!!
Mana, adorei o teu comentário. Muito certeiro. Sabes que eu tb sofro com o património arquitectónico, natural, etc. Também me apetece gritar de raiva quando vejo certas coisas!!!
Raquel, o cafézinho fica então adiado por um ano!
Boa estadia em Viena, aproveita bem! O programa Erasmus é talvez a melhor coisa que nasceu com a União Europeia!!!
Cláudia, é cultural mesmo. Aqui as pessoas preocupam-se muito com a sua própria casa, mas não com a rua, com o espaço comunitário. Só há uma zona do país onde existe esse respeito, é no Alentejo, onde as pessoas varrem as ruas em frente à sua casa com muito esmero!
Férias são mesmo para estar zen! Aproveita bem.
Bjs a todas
Noémia, a última frase era dedicada a ti!!!
Bjs
Ó D. Mana, faz favor de não exagerar! É verdade que no Alentejo têm imenso cuidado e fazem questão de ter sempre as casas impecavelmente caiadas e as ruas limpas, mas não acredito que noutras zonas do país não aconteça o mesmo... :))
Eu ainda ontem me dei ao trabalho de varrer a entrada do prédio... ))) por acaso é raríssimo, confesso, mas às vezes lá calha acontecer um milagre.
E acho que sobretudo nos meios rurais as pessoas têm mais brio em manter limpo o espaço à sua volta.
Como conterrâneo alfacinha, entendo todo esse sentimento das férias...dos outros:) Ando a viver isso há uns dias.
E sim, realmente, Lx é fantástica, adoro a cidade, e sim, há coisas que não estão melhor por incompetência, por puro desleixo.Basta dar uma volta rápida por outras capitais europeias para se perceber que a mentalidade é outra. Viver no centro, não o deixar morrer, isso sim.
Parabéns pelo blog:)!
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